"Sou resistente à chantagem e a pressão, que vêm de Bruxelas [sede da União Europeia], entre outros lugares", disse Beata Szydło, Primeira Ministra da Polônia, numa conferência de imprensa.
Na terça-feira (04/03), o jornal britânico The Times informou que a Polônia e a Hungria poderiam ser forçadas a sair da UE se não aceitassem migrantes sob um esquema de deslocalização em Bruxelas. O diário acrescentou que o bloco planeja emitir um ultimato a Varsóvia e Budapeste.
"Desde que assumimos o poder na Polônia, o governo sob minha direção deixou claro que não aceitamos tal solução [imigração], porque reconhecemos como algo ruim, especialmente para a Europa", acrescentou Szydło.
A Primeira Ministra disse que Brexit foi em parte causado por uma política irresponsável de migração."A União Européia cometeu um erro fatal - sob pressão de todos tipo de lobista, mas também em grande parte sob a pressão alemã - de adotar soluções que são ineficazes na prática e não abordam o problema da migração de forma corretamente, mas também querem levar este problema para os outros 27 países do bloco" , disse Szydło.
Na sequência do ataque terrorista em Londres, no final de Março, Szydło estabeleceu uma ligação entre o terrorismo e a política de imigração da UE durante uma entrevista com a emissora privada TVN."Eu ouço na Europa com muita frequência: -não conecte a política migratória ao terrorismo, mas é impossível não conectá-los", disse Szydło.
Em 2015, os líderes da UE decidiram que os países membros do bloco iriam dividir o ônus de aceitar um total de cerca de 160 mil imigrantes, principalmente do Oriente Médio e da África.O plano visava aliviar a pressão sobre a Grécia e a Itália após a chegada de mais de dois milhões de migrantes, que chegaram a estes países.
Bruxelas, disse que a Polônia deve acolher cerca de 6.200 dos imigrantes até setembro de 2017. Mas o país ainda não aceitou nenhum dos refugiados.
Com informações de Radio Poland, tradução e adaptação por Natan Falbo - Conservadores