O ator que se elegeu presidente dos EUA tornou-se, ao lado de Margaret Thatcher, o porta-voz da mensagem de que o Estado deve ser menor e eficiente.
Reagan implementou políticas baseadas na economia pelo lado da oferta, defendeu a filosofia Laissez-faire (Laissez-faire é hoje expressão-símbolo do liberalismo econômico, na versão mais pura de capitalismo de que o mercado deve funcionar livremente, sem interferência, apenas com regulamentos suficientes para proteger os direitos de propriedade) e a política fiscal de livre mercado, e procurou estimular a economia com grandes cortes de impostos.
Citando as teorias econômicas de Arthur Laffer, promoveu os cortes de impostos propostos para potencialmente estimular a economia a expandir sua base tributária, compensando a perda de receitas causadas pela redução dos impostos pelo fato de que mais pessoas pagariam impostos.
No Brasil, onde a ideia de que o Estado é o pai de todos moldou gerações, muita gente ainda acha que reduzir o Estado é loucura, ou, numa versão muito popular na esquerda, “de empresários que querem comprar as estatais barato”.
Estamos vendo escancaradamente que nada desvaloriza mais uma estatal do que uma gestão feita por políticos, com políticos e para os políticos.
Ideologia à parte, a realidade do Brasil dos últimos anos é a seguinte: desde o Plano Real os gastos do Estado crescem mais do que o PIB (e, nos últimos anos, mais do que a arrecadação). O Governo plantou subsídios e colheu baixo investimento e estagflação, enquanto a gigantesca máquina pública foi ‘privatizada’ .
Até os que não gostam da política de Reagan deveriam se perguntar o óbvio: “Quanto é que cada um de nós paga ao Estado em impostos, e quanto recebe de volta em serviços? Que tarefas devem ser do Estado, e quais deveriam ser deixadas nas mãos da iniciativa privada? Quando o Estado dá uma moleza para A ou B, quem paga por isso?”
Ronald Reagan está morto, mas como o Brasil andou para trás, Reagan continua atual.
O legado de Ronald Reagan
Ronald Reagan