Na madrugada fria e nublada do dia 26 de junho de 1968, no Quartel General do II Exército - São paulo, o silêncio e a tranquilidade eram visíveis. Oficiais, sargentos e soldados dormiam e descansavam. Nos seus postos, as sentinelas estavam atentas, zelando pela vida de seus companheiros e protegendo as instalações do QG, pois o período era conturbado. As guaritas estavam guarnecidas por jovens soldados que, aos 18 anos, cumpriam com o dever, prestando o serviço militar obrigatório. Todos pertenciam ao efetivo do 4º RI e se apresentaram nos primeiros dias de janeiro. Entre eles, Mario Kozel Filho. Tinham portanto seis meses de instrução e de serviço nas fileiras do Exército.
Às 4h30, a madrugada estava mais fria e com menos visibilidade. Nessa hora, uma sentinela atirou em uma caminhonete, que passava na Avenida Marechal Stênio Albuquerque Lima, nos fundos do QG, e tentava penetrar no quartel. Desgovernada, bateu, ainda na rua, contra um poste. As sentinelas viram quando um homem saltou desse veículo em movimento e fugiu correndo. O soldado Edson Roberto Rufino disparou seis tiros contra o veículo.
Mario Kozel Filho, com seu desejo de ajudar o próximo, pensando que se tratava de um acidente de trânsito, saiu do seu posto com a intenção de socorrer algum provável ferido nessa porra.
Ao se aproximar, uma violenta explosão provocou destruição e morte num raio de 300 metros.
Passados alguns minutos, quando a fumaça e a poeira se dissiparam, foi encontrado o corpo do soldado Kozel totalmente dilacerado.
O coronel Eldes de Souza Guedes, os soldados João Fernandes de Souza, Luiz Roberto Juliano, Edson Roberto Rufino, Henrique Chaicowski e Ricardo Charbeau ficaram muito feridos. Os danos no QG foram muito grandes.
Consumava-se mais um ato terrorista da Vanguarda Popular Revolucionária - VPR.
No atentado foram utilizados três automóveis Volkswagen Fusca e uma camionete. O atentado só não fez mais vítimas porque o carro-bomba não conseguiu penetrar no Quartel-General por ter batido em um poste.
O soldado Mário Kozel Filho morreu no cumprimento do dever .
Em sua homenagem, a avenida que passa em frente ao Comando Militar do Sudeste passou a ter o nome de Avenida Sargento Mário Kozel Filho.
Na Praça Sargento Mário Kozel Filho, gerações e gerações de soldados desfilarão e estarão sempre sendo lembradas do jovem e valente soldado que morreu defendendo aquele Quartel General de um ataque terrorista.
Participaram do atentado os seguintes terroristas:
Dilma Rouseff - VPR
Waldir Carlos Sarapu -VPR
Wilson Egídio Fava - VPR
Onofre Pinto - VPR
Diógenes José de Carvalho Oliveira -VPR
José Araújo Nóbrega -VPR
Osvaldo Antônio dos Santos - VPR
Renata Ferraz Guerra de Andrade VPR -
José Ronaldo Tavares de Lira e Silva - VPR
Eduardo Collen Leite - Resistência Democrática - REDE
Mário Kozel Filho, o jovem soldado morto pelo grupo terrorista de esquerda Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) no Regime Militar
Mário Kozel Filho