A tela representa os fuzilamentos de espanhóis por tropas napoleônicas na cidade de Moncloa, Espanha. Diferentemente do que se estuda na maioria das escolas, Napoleão não simplesmente "conquistou a Península Ibérica" e só. Foram anos e anos de uma sangrenta guerra civil contra o domínio francês, em emboscadas de guerrilha que levariam os exército de Napoleão, acostumado a batalhas de exércitos completos, enfileirados e em que a estratégia era habilidade principal requerida aos comandantes, à loucura.
Um batalhão desfila numa vila do interior quando, de repente, aparecem agricultores e civis de todo tipo armados com mosquetes ultrapassados, espadas e outras armas brancas, atacando de surpresa e assassinando os soldados, geralmente saqueando seus corpos. Depois, em revanche, o exército da França mandava um batalhão maior massacrar os cidadãos desta vila.
Cenas como essa foram comuns, e a pintura, óleo em tela por Francisco de Goya e Lucientes, retrata essa história, especificamente a ocorrida em Moncloa. Com a ajuda e comando dos ingleses, Portugal e Espanha conseguiram, pouco a pouco, se libertar de Napoleão. Referido pelo jornalista Laurentino Gomes como "Vietnam de Napoleão", a Península Ibérica da Era Napoleônica não teria melhor definição. Países fracos, incapazes de se defender por conta própria, dominados por pura ambição de Napoleão, e que, por meio da luta de guerrilha, acabaram gastando recursos e homens desnecessários. Mude o contexto, e pode-se definir o Vietnam como igual para os EUA. Essa pintura é ótima representação dessa época, esquecida pela história. Depois de vencer Napoleão, o povo português, assim como o espanhol, se tornaria mais forte e unido, acreditando mais no próprio poder.
Por isso, Dom João VI, temendo a perda de Portugal, voltou à Europa deixando Dom Pedro I como regente do Brasil, em processo que levaria à nossa Independência, em 1822. Mas isso é outra história.