Na Imagem: Concílio de Constança (1414-1418) com o Papa João XXIII à esquerda e o Sacro Imperador ao fundo.
Urbano VI e Clemente VII morreram sem ceder a posição sendo sucedidos por Bonifácio IX, coroado em Roma em 1389, e Benedito XIII que governaria em Avignon em 1394. Quando Bonifácio IX morreu em 1404, os cardeais romanos ofereceram uma nova eleição papal numa tentativa de resolver o cisma, mas para isso Benedito teria de renunciar a sua posição, o que não aconteceu. Vendo tal situação, Roma resolveu não sair prejudicada e elegeu mais um novo papa, este chamado de Inocêncio VII. A situação do cisma estava tão precária que os próprios Reinos viam desvantagem em uma Europa dividida, praticamente um estado de anarquia estava se instaurando com Reinos planejando atacar outros usando como motivo o fato de suportar um papa diferente. A coroa francesa que estava no auge da sua mais sangrenta guerra temia entrar em conflitos paralelos enquanto estava debilitada financeiramente. A própria coroa francesa tentou impor uma renúncia ao papa em seu território, mas falhou miseravelmente. Inocência teria um tempo curto e logo Gregório XII foi eleito pelos cardeais romanos, estes tentariam resolver o problema do cisma através de um concílio e de uma reunião entre ambos os papas em Savona. Ambos rejeitaram e os cardeais, tanto de Avignon quanto de Roma, frustrados com as sucessivas falhas de conciliar ambos os papas, abandonaram seus representantes e formaram um concílio em Pisa visando discutir uma maneira melhor para resolver o problema. Após muito debate apenas conseguiram piorar ainda mais a situação elegendo um terceiro papa, Alexandre V, esse terceiro papa não se mostraria na verdade um problema maior, mas sim uma solução. Ele reinou por quase um ano e foi sucedido por João XXIII, este seria visto pela maioria das coroas europeias como uma força neutra, uma terceira via no dualismo que se instaurava na igreja, por esse motivo a influência dos dois outros papas caiu e a de João cresceu.
Em Constança, na Alemanha, em 1414, João XXIII instaurou um concílio utilizando-se de sua influencia para reparar o cisma. Gregório, em Roma, endossou o concílio aceitando como legitima qualquer eleição feita ali renunciando ao seu cargo de papa em 1415. Benedito XIII continuou a ter sua posição firme e, por conta disso, fora excomungado e já não possuía nenhuma influência tirando por poucos reinos europeus. O Concílio Elegeu um novo papa após a renuncia do próprio João, este para ser o definitivo, papa Martinho V dando o fim, teoricamente, ao cisma. O Reino de Aragão permaneceu firme com sua posição quanto ao papado em Avignon por conta de suas disputas territoriais na Itália, reconhecendo Benedito XIII e não Martinho V. Teoricamente, o cisma havia acabado, mas a continuação do reconhecimento de Benedito XIII fez com que os arcebispos aragoneses elegessem um novo antipapa após sua morte, ainda assim essa eleição foi controversa com a eleição de dois antipapas, Benedito XIV e Clemente VIII. Este ultimo renunciaria em 1429 e a influência de Benedito XIV sumiria com sua morte.
A confusão sobre esse ponto na história da linhagem papal continuaria até o século 19, o que é realmente impressionante. Papa Pio II estipulou que nenhuma eleição papal pode ser desfeita, sequer por um concílio de cardeais, sendo o próprio papa escolher sua renuncia, além do mais não existiria nenhuma outra crise semelhante até os dias atuais. Os papas de Avignon deixaram de ter seus nomes listados na linhagem papal, porém os papas de Pisa, eleitos pelo concílio de Pisa, permaneceram como um presente por destes terem vindo a resolução do cisma.
O Papado de Roma, o de Avinhão e o de Pisa
Na Imagem: Concílio de Constança (1414-1418) com o Papa João XXIII à esquerda e o Sacro Imperador ao fundo.