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A grande muralha da China

 

Ao olharmos para as grandes obras de engenharia da História Antiga, geralmente nos fascina o sem-fim de monumentos aos deuses, de templos luxuosos e de palácios para o pós-vida de grandes Imperadores. Mas, quando nos viramos para os chineses nós vemos a verdadeira cultura deste povo, que é notada até hoje: a cultura da eficiência, da praticidade. Por quê? Pois, ao contrário das Pirâmides de Gizé ou do Taj Mahal, o lugar chinês no pódio entre as Novas Sete Maravilhas do Mundo é mantido por uma estrutura de uso puramente militar e de defesa: A Muralha da China, ou apenas Grande Muralha, é uma obra que demoraria vários séculos (vai de 221 antes de Cristo até o século XV, conta aí) para ser concluída (e você reclamando da Transposição do São Francisco), tendo sido iniciada pelo simples motivo de que o território norte chinês deveria ser mais bem protegido das tribos vizinhas do território e dos Mongóis. O Imperador Qin Shihuang (não importa o nome, você não vai lembrar mesmo), após unificar sete reinos locais em um poderoso Império, decidiria por unificar algumas fortificações já construídas destes reinos em uma única muralha (ele gosta de unir tudo o que vê, fazer o quê, né?).

O processo de construção, a partir daí, seria longo e com diferentes fases. Num momento, era construída intensamente por alguns monarcas que viam nisto algum interesse, e noutros, sua existência era esquecida. As variações de época, espaço e condições de construção levaram a uma absurda variação de materiais, tamanhos e padrões, o que nos dá mais uma semelhança entre a Muralha e a própria identidade do povo chinês. Diferentemente do que muitos pensam, de que "são todos iguais", a História da China, assim como a da Muralha, é uma colcha de retalhos. Foram diversas dinastias (famílias reais) que dominaram por lá em diferentes tempos e com diferentes tecnologias de construção, condições econômicas para manter a expansão da Muralha e interesse político e militar em fazê-lo. Estes múltiplos fatores tornam esta muralha uma joia rara para os fanáticos em engenharia militar, já que estes poderiam começar a estudar aquilo lá hoje e morrer sem conseguir encontrar um padrão. Um exemplo: Enquanto trechos próximos a Pequim, a capital do país, foram feitos com grandes blocos de granito, outros, no meio do deserto de Góbi (noroeste da China) alguns trechos foram feitos simplesmente de madeira e terra. Estima-se que, em números absolutos, um milhão de pessoas trabalharam construindo-a, entre militares, operários e condenados que eram levados das prisões para lá. Muitos morriam lá mesmo pela fome, pelo frio e pelas precárias condições de trabalho (boa parte dos locais de obra eram mata fechada, topo de montanha ou isolados o bastante pra você não querer ficar sem suprimentos por lá), calculando-se 80% do total. Uma lenda popular é a de que os mortos eram enterrados dentro da muralha.

Ao falar da estrutura como um todo, cientistas chineses calcularam o comprimento de toda ela como sendo de 21 196 km, contando trechos já inexistentes, medindo sete metros de altura, e tendo torres de vigia com em média dez metros. Ah, e sobre estas torres: estima-se que sejam quarenta mil, e cada uma era um posto avançado do exército chinês, com estábulos, depósitos de armas e suprimentos, alojamentos para soldados e outros cômodos, que tornavam cada torre um pequeno quartel chinês. Quarenta mil (chineses, seus exagerados) torres, derrubar a Muralha não é pra qualquer um. Entre montanhas, em estreitos e outros locais estratégicos, fortes eram acoplados à Grande Muralha.

Conforme os séculos se passaram e os bárbaros nortenhos deixaram de ser problema aos chineses, a muralha passou a ter um interesse mais econômico pois, exatamente na mesma época em que a necessidade de uma força militar ostensiva na região diminuía, as primeiras rotas comerciais chinesas começavam a ser traçadas, e algumas passariam exatamente por cima da Muralha, pela comodidade do trajeto, uma vez que as ameias serviam perfeitamente de estrada para as carroças lotadas de produtos a serem vendidos em Pequim e no litoral do Extremo Oriente, e os postos avançados eram a garantia de uma estadia noturna em frente a uma lareira quente nos frios invernos que assolam esta porção do continente asiático, além da proteção contra bandidos, cujos assaltos eram comuns na época, já que o exército patrulhava toda a extensão do longo muro. Ela não é contígua, pois há algumas interrupções (partes sem muralha) em sua extensão.

Hoje, é Patrimônio Mundial da UNESCO e uma das Sete Maravilhas do Mundo Moderno (lista feita mais recentemente por pesquisadores) e das Sete Maravilhas do Mundo Medieval (idem).


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