Wagner Moura despontou para o estrelato não por suas opiniões e muito menos por um conjunto de interpretações memoráveis, mas sim por um único personagem: o Capitão Nascimento. Foi um azar, foi uma infelicidade, foi um tiro pela culatra. Ele e José Padilha, o diretor da obra, queriam mostrar a violência policial. Mostrar como os oficiais são uns trogloditas e como a "repressão" é inútil. Tivessem conseguido isso, Tropa de Elite seria engavetado junto com outras obras irrelevantes na miscelânea de vulgaridades caras que constitui a pornochanchada que é o cinema nacional financiado com recursos públicos.
Das intenções politicamente corretas da dupla, saiu a obra mais popular já feita no país. Quem foi ao cinema viu aquilo que seus autores jamais teriam a intenção de projetar: a visão dos policiais no combate ao crime, a cumplicidade criminosa de certos ativismos, a imbecilização e doutrinação nas universidades, entre outros tópicos relevantes e jamais explorados. O que o povão gostaria de ver rua, finalmente estava assistindo numa sala de cinema. E é a isso que se deve a notoriedade da obra nessa porra.
Wagner Moura se surpreendeu. José Padilha se surpreendeu. Deram declarações amenizando o filme. Fizeram uma continuação onde um deputado de extrema esquerda torna-se o ente de razão acima do "truculento" Nascimento. Não deu certo de novo. O deputado foi ignorado e Nascimento continuou o ícone Pop que Wagner Moura jamais gostaria que ele fosse. Cada vez que o ator abre a boca, o policial interpretado por ele se cobre de vergonha. E certamente, se interpretado e interprete se encontrassem, o Capitão não pensaria duas vezes antes de dizer a ele: "Tira essa roupa preta que você não merece usar. Você não é caveira, você é moleque."
Wagner Moura, um idiota útil
Wagner Moura