De tempos em tempos, eis que surgem "seres iluminados" que resolvem criar coisas que possam renovar o mundo, e, assim, engendrarem um novo mundo melhor, este habitado também pelo novo homem, o qual seria construído pela luta histórica da práxis revolucionária preconizada por Marx. Desde o final da Idade Média até o século XXI, diversas pessoas, grupos e ideologias brotaram com essa mentalidade revolucionária de criar um novo mundo.
Que criando algo lindo e diferente de tudo que já houve, será inovador e que no futuro (lá para um futuro indefinido muito distante do nosso), haverá, talvez, uma luz libertadora e salvadora, uma espécie de messianismo à Jesus Cristo.
O fato é que se essas ideias (de uma nova realidade e de uma nova sociedade) ficassem somente restritas ao seu criador, seria um mal menor, pois só o criador seria o prejudicado nessa confusão mental. Porém essa mentalidade, infelizmente, "escorrega como areia pelas bocas", e começam a criar as dunas que, de grão em grão, formam um deserto homérico. Onde antes havia uma floresta virgem e rica, resta apenas o calor, a seca e a morte.
Todos que ousaram mudar o mundo na pretensa busca por mais justiça e bondade entre os povos, só conseguiram gerar a desgraça individual, social, e em última instância, conseguiram instaurar a desgraça civilizacional. Um dos grandes ensinamentos do Sir Roger Scruton é o seguinte: "A sociedade é uma herança compartilhada em nome da qual aprendemos a circunscrever as nossas demandas, a ver nosso lugar nas coisas como parte de uma corrente contínua de doações e recebimentos, a reconhecer que as coisas extraordinárias que herdamos não são nossas para destruirmos".
A vida nos dá coisas materiais e não materiais (bens imateriais) não para nós as destruirmos ou as reduzirmos, mas sim para nós as mantermos conservadas, e, se possível, melhorá-las e aprimorá-las. Tudo que foge da normalidade sadia resultará irremediavelmente no que Francisco Razzo afirma em seu livro: "A Mentalidade Totalitária". Ela caracteriza-se por uma prisão mental tão avassaladora e sólida, que só de pensar na prisão será um crime! O Grande Irmão ganha a realidade mundial e ninguém mais consegue mandá-lo à ficção novamente. O totalitarismo não só controla sua mente, mas passa a controlar a dos demais, e assim, gradual e maquiavelicamente, passa a controlar as civilizações. Um dos fatos marcantes e exemplares disso na história é o Nazismo, que, em seu tempo, conquistou a mente de muitos alemães para lutarem pela causa pregada por Hitler, dentre as quais a absurda ideia de formação de uma “raça pura e superior”. Idem o movimento Comunista, também absolutamente totalitário e revolucionário, o qual, em nome de uma suposta nova sociedade e novo homem (justo e fraterno), matou milhões de pessoas em várias partes do mundo.
E é na esteira dessa correria insana dos totalitaristas pelas ruas e becos que há por aí, que eles, os revolucionários, buscam com nervosismo e insanidade o seu maior inimigo, que é a Santa Igreja Católica, e, de modo mais geral, o Cristianismo, herança secular dos ocidentais. A Igreja Católica foi a única instituição que fez frente a eles, que conseguiu sobreviver aos bárbaros, e que, numa busca heroica, persistiu e reconstruiu toda a Europa. "É por isso que em uma sociedade sem religião vemos surgir um tipo de insensibilidade contagiosa, uma suposição em todos os cantos de que não existe nenhuma tragédia, nenhuma aflição, nenhum prato, pois não há nada a lamentar. Nem existe amor nem felicidade -------- somente diversão. Em tal circunstância, a perda da religião é a perda da perda".
Em suma, a maior perda que as sociedades que compõem a Civilização Ocidental vêm sofrendo nos últimos séculos, é a imensa perda da fé, a perda das almas, e a perda de países onde antes predominava a Santa Fé Católica. Perder o Catolicismo não é só voltar às cavernas, onde predominava o pensamento de sobreviver hoje e mais nada. Mas é viver num mundo sem razão, sem o sublime, sem um objetivo e sem uma lógica mental e espiritual. Assim, o nada triunfa de hoje em diante, e mentalidade revolucionária ateia, que prega de instaurar um “céu” na terra, passa a ser a religião negra cultuada e instaurada.
Amém.
Bibliografia:
1. Como Ser Um Conservador.
2. A Mentalidade Totalitária.
3. A Cozinha Venenosa.
4. Como Ser Um Conservador.
5. Invasão Vertical dos Bárbaros.
Por: Salomão Campina