Se há uma coisa nesta nação que me perturba profundamente e consegue me tirar do sério: é sem dúvida a maldita e vil prostituição da personalidade individual. Uma prostituição que em quase todos os casos visa à pura e simples aceitação do indivíduo no grupinho, um benefício, um cargo, etc.
E o pior nessa história toda, é que é extremamente oculto na nossa sociedade atual e passada, ninguém ousa comentar sobre isso, ninguém quer saber, muito menos combater esse sistema sórdido no nosso país.
Esse comportamento que virou um sistema afamado e bárbaro que impera no Brasil, e note bem, só impera, pois tem muita força social, uma aceitação e ocultação por parte das pessoas. Ele possui um séquito “zumbificado” e muitos que o seguem, não mudam ou não saem disso, pois são fracos e têm o “rabo preso” com o tal sistema.
Esse sistema está na simples vila de uma pequena cidade do interior do país até nos bairros mais luxuosos de São Paulo. Nenhuma classe social está imune a doença social, e o pior nessa doença, é que quando pega, seu hospedeiro não sente ou não percebe que está doente. E quando é alertado que pegou tal doença, ele luta contra quem o alertou, não luta contra o mal que há em si, pois não aceita isso, ou seja, já mostra a decadência da personalidade.
Na famigerada e louca ânsia de ser aceito no grupinho “top”, de ter aquele status, de ter um título e de ter um carguinho – que na maioria das vezes, o indivíduo não está preparado para exercer -, ele não pensa duas vezes antes de mudar radicalmente sua moral, ética, seus valores culturais e religiosos, sua personalidade vira uma “água”, que bate no corpo e vai direto para o ralo. Assim, fica marcado e celebrado o batismo do novo prostituído na seita, que emite um sorriso de norte a sul, mas no fundo do coração, bem lá no fundo, ele sabe que se vendeu por um pseudo-paraíso terreno.
Na nossa longa história, não nos faltam os exemplos de prostituição da personalidade. Aliás, nesse ponto, somos “ricos”, podemos prodigalizar para todos os vastos exemplos que há. Um esbanjamento decadente de nossa sociedade, não sendo lindo muito menos honroso para se mostrar. Sendo que quem ousa em mostrar isso como algo lindo e digno, mostrará na verdade, um simples e puro complexo de vira-lata, que no final das contas, não receberá nada, muito pelo contrário, perderá tudo que tem.
Dos sambódromos, aos estádios, passando pelas novelas globais, a decadência da personalidade é enaltecida até a estratosfera, digno de um louvor gigantesco, como já dizia Machado de Assis: “Ao vencedor, as batatas”. Somos um país, onde reina soberana a paralisia cerebral, a pura mesmice, e um conformismo com o lixo que transborda nas ruas, no governo, nas universidades, editoras, jornais, etc.. Brasil, um país farto de pessoas em busca de umas esmolas e privilégios. É só oferecer uma simples e banal mudança institucional, que todos do dia para noite, esquecem-se do passado.
Mas, nessa situação caótica e decadente, quem ousar combater com firmeza e valentia o regime imposto, irá ver a luz no final do túnel, por pior que seja a situação do nosso país, sempre haverá uma luz no fim. Ela pode ser pequenina ou média, mas com certeza lá está, esperando para ser abarcada pelo bravo e valente cavalheiro, como diz uma grande e importantíssima frase: “Não demonstre medo diante de seus inimigos. Seja bravo e justo e Deus o amará. Diga sempre a verdade, mesmo que isso o leve à morte. Proteja os mais fracos e seja correto. Assim, você estará em paz com Deus e contigo”.
Cinemateca:
1. Batman: O Cavaleiro das Trevas.
2. O Retrato de Dorian Gray.
Por: Salomão Campina