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De Portugal a Portugal

 

O Condado de Portucale foi um condado do Reino de Leão correspondente ao norte de Portugal e que deu origem à este país.

Houve, no atual território de Portugal, ao longo do processo de reconquista, dois governos denominados de Condado Portucalense: um primeiro, fundado por Vímara Peres após a presúria aos mouros de Portucale (o Porto) em 868. Vímara Peres e seu filho governavam um território menor e o primeiro conde de Portugal - lato sensu - foi Diogo Fernandes. A partir de finais do século X e com Gonçalo Mendes, os Condes Portucalenses passaram a usar o título de Duques, o que poderia indicar maior importância e maior extensão territorial.

A terra portucalense que correspondia sensivelmente ao Entre-Douro-e-Minho, foi destacada da Galécia, mas dada a revelia e poder dos Condes de Portucale - ou Portugal - agora Duques, que ingeriam na monarquia leonesa, tendo um deles sido regente do reino entre 999 e 1008, o condado acabou por sucumbir após uma batalha entre o conde português e Garcia da Galiza e o território foi reagrupado no Reino da Galiza em 1071, Garcia passou a intitular-se "Rei de Portugal e da Galiza". O condado, embora gozando de autonomia significativa, era vassalo dos reinos das Astúrias, de Leão e da Galiza.

O condado de Portugal reemergiu, em 1093 pela mão de Henrique de Borgonha como oferta do Rei Afonso VI de Leão pelo auxílio na Reconquista de terras aos mouros Almorávidas, a quem deveria prestar vassalagem, tendo também recebido a mão de sua filha, a Infanta D. Teresa de Leão. Este último condado era maior em extensão e abarcava também os territórios do antigo condado de Coimbra, suprimido em 1091.

A ambição de Afonso VI de Leão e Castela reconstituiu novamente a unidade dos Estados paternos e, quando Garcia acabou por morrer, depois de preso, em 1091, os territórios na sua posse passaram para as mãos de Raimundo de Borgonha, casado com D. Urraca. A esta altura, o vigor das investidas Almorávidas recomendava a distribuição dos poderes militares, para melhor reforçar o território: um comando na zona central, entregue ao próprio rei Afonso VI, outro, não oficial, exercido por El Cid em Valência, e o terceiro a ocidente, entregue a Raimundo; este último não conseguiu defender eficazmente a linha do Tejo — tendo já perdido Lisboa, que fora cedida aos Leoneses pelo rei taifa de Badajoz, juntamente com Santarém, que estava também prestes a cair nas mãos dos Almorávidas — e essa será uma das razões que atribuem alguns historiadores modernos à decisão tomada por Afonso VI de reforçar ainda mais a defesa militar ocidental, dividindo em duas a zona atribuída inicialmente a Raimundo, entregando a mais exposta a Henrique de Borgonha.

O conde D. Henrique, apoiado pelos interesses políticos clunicenses, introduz-se ambiciosamente na política do Reino, conquistando poder junto das cortes. Vendo-se na condição de subordinados ao rei, os condes ou governadores tinham amplos poderes administrativos, judiciais e militares, e o seu pensamento orientava-se, naturalmente, para a aquisição de uma completa autonomia quando, no caso português, as condições lhe eram propícias.

A fim de aumentar a população e valorizar o seu território, D. Henrique deu foral e fez vila (fundou uma povoação nova) em várias terras, entre elas Guimarães, na qual fez vila de burgueses, atraindo ali, com várias regalias, muitos francos seus compatriotas.

Em Guimarães fixou D. Henrique a sua habitação, em paços próprios, dentro do castelo que ali fora edificado no século anterior. Falecido o conde D. Henrique (1112), passa a viúva deste, Teresa de Leão, a governar o condado durante a menoridade do seu filho Afonso Henriques.

Em virtude do reconhecimento pelo Papa Pascoal II, D. Teresa começa a intitular-se Rainha em 1116-1117, mas os conflitos com o alto clero e sobretudo a intimidade com Fernão Peres, fidalgo galego a quem entregara o governo dos distritos do Porto e Coimbra, trouxeram-lhe a revolta dos portucalenses e do próprio filho, sistematicamente afastados, por estranhos, da gerência dos negócios públicos.

Aos catorze anos de idade (1125), o jovem Afonso Henriques arma-se a si próprio cavaleiro – segundo o costume dos reis – tornando-se assim guerreiro independente. Em 1128, trava-se a Batalha de São Mamede (Guimarães) entre os partidários do infante Afonso e os de sua mãe. Esta é vencida, D. Afonso Henriques toma conta do condado.

Lutando contra os cristãos de Leão e Castela e os muçulmanos almorávida, Afonso Henriques conseguiu uma importante vitória contra os Mouros na Batalha de Ourique, em 1139, e declarou a independência portucalense. Nascia assim neste ano o Reino de Portugal, tornando D. Afonso Henriques como El-Rei Dom Afonso I de Portugal.

 

Imagem: Dom Afonso Henriques lutando em Guimarães ao lado do castelo de mesmo nome.

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