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A Tomada de Ceuta

 

No dia 22 de Agosto de 1415, do sal dos mares e do sangue derramado nas areias do Saara, nascia o Império Português que domaria as marés e as ondas por dois séculos.
A Tomada de Ceuta deu origem ao Império Português mas ainda não se sabe ao certo o verdadeiro intuito da conquista de tal cidade norte-africana, localizada no pilar sul dos Pilares de Hércules (Estreito de Gilbraltar). Em 1414, o Infante Dom Henrique de Avis, o Navegador, convenceu seu pai, Dom João I a organizar uma campanha para tomar Ceuta. As causas são incertas, mas historiadores criaram teorias para justificar o feito de Henrique. São elas:

Geoeconómicas: a posição geográfica de Ceuta permitiria controlar a entrada e saída dos navios vindos do Atlântico para o Mediterrâneo e vice-versa através do estreito de Gibraltar, de modo que a costa de portuguesa parasse de ser atacada por piratas da provenientes da costa norte-africana

Religiosas: havia um desejo de expansão da fé cristã através da anexação de territórios onde o cristianismo poderia ser implantado.

Sociais: as classes mais ricas poderiam ter vários interesses nesta conquista. A nobreza buscava novas terras, honras e rendas; o clero desejava expandir a fé cristã; e a burguesia estava à procura de novos produtos e mercados.

Econômicas: Portugal sofria com a falta de diversos produtos como trigo, ouro e especiarias. A conquista de Ceuta significaria para o reino lusitano o controle sobre uma cidade em que chegavam os produtos orientais vindos da Índia pelas rotas caravaneiras que traziam ouro, especiarias e etc. Além disso, a localização da cidade e o solo eram propensos para o cultivo de cereais.

Políticas: o reino português procurava aumentar sua importância no cenário das monarquias ibéricas através do estabelecimento de Ceuta como o ponto mais oriental da reconquista cristã a ser feita por Portugal no norte da África.

De um jeito ou de outro, a Tomada de Ceuta impulsionou a coroa portuguesa a expandir seus domínios. Em 1453, com a Queda de Constantinopla pelas mãos dos turcos-otomanos, os reinos cristãos passaram a procurar outras rotas para a comercialização com o oriente. Foi com a queda da Roma Oriental que Portugal viu a sua oportunidade de enriquecer e expandiu-se pelos mares.
Ceuta foi o nascimento do Império dos Mares e a Queda de Constantinopla foi a concretização deste. Se não fosse Ceuta, Portugal talvez nunca teria se lançado ao mais desconhecido dos oceanos, e nunca teria sido um império.



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