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Rei Felipe IV, o Belo

 

Nasceu, entre abril e junho de 1268, em Fontainebleau na França e morreu no dia 29 de outubro de 1314 em sua cidade natal. Segundo filho, sendo assim o segundo na linha de sucessão ao trono, do Rei Felipe III, o Ousado, com Isabel de Aragão. Era um rapaz culto, gostava de estudar, não causando problema nenhum para seu tutor Guilherme d’Ercuis, capelão de Felipe, o Ousado. Descendente da linhagem da família Capeto, foi o 11º rei da mesma. Descrito como um jovem decidido, “cabeça dura”, extremamente dedicado ao seu país. Características essas que refletiriam em seu reinado. Fora afetado pela precoce morte de sua mãe e, após a morte de Luís da França, seu irmão mais velho, surgiram boatos de que Maria de Brabante, sua madrasta, pretendia se livrar de seus enteados.

Assim sendo, Felipe, refugiou-se mais ainda na religiosidade, voltando-se para seu avô, Luís IX, em busca de um modelo. O príncipe era alto, bonito, reservado, com cabelos louros e de tez pálida, ganhando assim o título de “o Belo”. Era também hábil caçador e cavaleiro consumado. Bernardo Saisset, Abade de Saint Antonin de Pamiers, reconhecia que Felipe era “mais bonito do que qualquer outro homem no mundo", mas julgava que seu comportamento arredio era uma forma de encobrir uma cabeça vazia: "ele nada sabia, exceto encarar os homens como uma coruja, a qual, embora seja bonita de contemplar, sob outros aspectos é um pássaro inútil" Piers Paul Read em seu livro “Os Templários” diz “que um historiador moderno vê Felipe como uma personalidade complexa, mas ainda assim, sem graça: ‘uma pessoa capciosa, inflexivelmente moralista, rigorosamente escrupulosa, sem senso de humor, obstinada, agressiva e vingativa, que tinha medo das conseqüências eternas de seus atos temporais’”.

Casou-se antes de se tornar rei, aos 16 anos, com Joana I de Navarra, filha de Henrique I, o Gordo e Branca d’Artois. Ao se casar com Joana, ganhou os títulos de Rei de Navarra de 1284 à 1305, sendo também chamado de Felipe I e Conde de Champagne também de 1284 à 1305. De 1284 à 1285 participou da chamada Cruzada Aragonesa, que fora uma tentativa de depor o Rei Pedro III de Aragão. Devido à derrota militar e a uma epidemia de disenteria a campanha foi encerrada. O então rei da França, Felipe III, contraiu a doença, vindo a falecer em Perpignan em 5 de outubro do ano de 1285. Após a morte de seu pai, Felipe assume o trono com apenas 17 anos, sendo coroado no dia 6 de janeiro de 1286, na catedral de Reims. Devido a sua grande determinação, estava decidido a fortalecer a monarquia. Havia se tornado um homem austero e silencioso, prova disso é a opinião do povo francês, que o achava afastado da vida política. Na época Felipe dividira os seus deveres entre seus ministros: Pierre Flote, Guilherme de Nogaret e Enguerrando de Marigny, ficando cada um deles com assuntos específicos do reinado, geralmente assuntos impopulares, evitando assim um desgaste da imagem do rei.

Felipe IV era de uma personalidade forte e tão duro que Bernard Saisset, Abade de Saint Antonin de Pamiers e inimigo figadal da majestade, ao se referir a ele disse: “Não é nem homem nem animal, é uma estátua”. Devido também a sua personalidade lhe foram atribuídos alguns apelidos, como o Rei de Mármore e também o Rei de Ferro. Seu reinado foi marcado por grandes conflitos com a Igreja. Sua inimizande com o Abade de Saint Antonin de Pamiers influenciou fortemente sua relação com o Papa Bonifácio VIII, Benedito Gaetano. Felipe vinha da linhagem dos Capetos, conhecida pela piedade, mas também marcada pela autoridade do rei. O monarca buscava aumentar seu poder explorando os principados, províncias e a Igreja. Já a posição teocrática do Papa seguia os preceitos de que a evolução do papado se concentra na idéia do poder que se sobrepõe a todos os outros campos incluindo a monarquia, ou seja, tudo estava a mercê do poder papal. Bonifácio VIII ocupou o cargo de Papa após a renuncia de Celestino V, esse, era monge eremita e não foi capaz de ocupar e lidar com os entraves administrativos do papado. Segundo Sérgio Ricardo Strefling, Bonifácio era: “jurista, enérgico, consciente dos problemas papais [...] formado na linha canonista, interpõe-se energicamente e age com inteligência e idealismo”.

Dois homens de personalidade forte, em posições opostas, obviamente entrariam em desacordo. Uma das disputas ocorridas entre o rei e o Papa aconteceu quando o rei Felipe IV, em guerra contra o rei Eduardo I da Inglaterra desde 1294, começou a cobrar impostos e taxas do Clero francês para financiar sua guerra. Reagindo a esta atitude, o Santo Padre, escreve a Bula Clericis laicos, de 1296, que proibia os clérigos, sob pena de excomunhão, de pagar qualquer tributo aos leigos, e a estes, cobrar o que fosse sem a permissão do Pontífice. O rei francês, em resposta proibiu a exportação de ouro, prata, alimentos, cavalos e armas da França, materiais com que Bonifácio contava para uma Cruzada. O Bispo de Roma retrocedeu e disse que seriam permitidas doações em caso de urgências em que os clérigos poderiam contribuir para o poder civil, sem recorrer ao poder papal. Outra disputa ocorrida aconteceu após a prisão de Bernardo de Saisset, acusado de heresia, simonia, blasfêmia e conspiração contra o rei da França. Bonifácio VIII viu na prisão do Abade um desafio a sua autoridade e exigiu a libertação do padre. Não tendo sido obedecido, emitiu a Bula Salvator Mundi, onde proibia definitivamente ao clero o pagamento de qualquer imposto. Mais uma vez, a Bula não surtiu o efeito esperado.

Desse modo, o Papa lança outra Bula, Ausculta Fili, de 1301 , que é praticamente, uma chamada de atenção de Felipe, onde o Santo Padre se coloca na posição de pai e o rei é tido como filho. Mesmo após a Bula o rei continuava a ignorar as súplicas de Bonifácio. Novamente, em uma tentativa de esclarecer o posicionamento da Igreja para o mundo e para a monarquia, o Bispo de Roma lança a Bula Unam Sanctam, de 1302, onde declara que a submissão ao Sumo Pontífice é essencial para a salvação de toda criatura. O Papa queria uma submissão pura e simples de Felipe da França e mantinha a idéia de excomunhão. Diante dessas ameaças o rei francês reage e envia um grupo armado, liderado por Guilherme de Nogaret, para prender o Papa, que se encontrava em Agnani, cidade natal de Gaetano, no dia 07 de setembro de 1303 Nogaret atacou a cidade e invadiu o palácio papal, ordenando a renúncia do Papa, este se recusa a renunciar. Após os invasores terem saqueado o palácio, os cidadãos da cidade, três dias depois da invasão, conseguem expulsá-los. Um mês após o atentado, falece

Em 1305 assume Clemente V, Bertrand de Got, após a morte de Bento XI. Bertrand era Arcebispo de Bordeaux e mudou a sede da Igreja de Roma para Avignon, nomeou uma grande quantidade de cardeais franceses e persuadiu Felipe a tomar a cruz, fazendo-o prometer a realizar mais uma Cruzada. O rei francês ao aceitar, pretendia, além de alcançar a glória, fundar um império francês no Mediterrâneo oriental, para colocar seu Irmão no trono do Império do Oriente, Carlos de Valois. Para o monarca seria fundamental que as ordens militares existentes se fundissem e que ele estivesse na liderança dessa nova e una ordem. Foi ordenada a prisão dos Cavaleiros Templários na sexta-feira de 13 de outubro de 1307, acreditam alguns que daí surgiu o mito que relaciona o dia com o número 13, culminando com o assassinato de Jacques DeMolay em 1314. O último Grão-Mestre do Templo rogou uma maldição tanto no monarca como no papa. Alguns acreditam que ela realmente funcionou, pois Felipe, o Belo, morreu em novembro do mesmo ano, em sua cidade natal.

O rei francês foi no mínimo uma figura contraditória e mais complexa do que se pensa. Foi em sua juventude muito apegado a religião, mas teve um futuro conflituoso com a Igreja. Outrora piedoso, depois “ardiloso e de notável senso oportunista”. Fato que mostra o caráter de Felipe é que em 1306 ele teve de se refugiar num dos muitos castelos pertencentes aos Templários devido a uma revolta popular. Não se sabe quais os reais motivos do rei para acabar com O Templo entre eles estão: a recusa da ordem Templária em emprestar dinheiro ao rei. Ou que os cavaleiros teriam emprestado o dinheiro, e para não pagar o rei decidiu acabar com os mesmos. Ou ainda, que por mero capricho e vingança do rei contra Jacques DeMolay, único homem a se opor a unificação das Ordens militares. Mesmo assim, o monarca entrou pra história, tanto por suas disputas com a Igreja quanto pela destruição da Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão.

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