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Contexto Histórico - Cultura

 

De acordo com a evolução gradativa da humanidade, que se apresenta nas ações cotidianas dos indivíduos ligadas a sociedade propriamente dita, encarar as definições de funcionalidade e sua forma intrínseca não nos é tarefa fácil. O que impulsiona nossa compreensão, não é a relação efetiva entre os indivíduos – afinal este tipo de análise é subjetivo – mas, na verdade, é aquilo que se oferece como base para que estas relações sejam possíveis.

A ordem cronológica das capacidades possíveis e de seus agentes já destaca tal forma de pensar essas relações. A cultura estabelecida por essência e por excelência própria serve como base fundamental para as ações moldadas dos indivíduos. Há, em seguida, o meio de que tal indivíduo terá de resplandecer seus conhecimentos em prática, que normalmente giram em torno das determinações de sua força de vontade, econômicas e sociais.

Todas as civilizações e sociedades grandiosas, ou que acabaram criando esplêndidas produções culturais, retinham um alto grau de influência de outras culturas. O exemplo mais forte historicamente se trata da Grécia. Através das influências culturais Mesopotâmicas, Egípcias e Cretences (Micênicas), a cultura grega se fortaleceu em produções filosóficas, musicais, poéticas e políticas que alavancou seu poder histórico e contemporâneo. É importante adicionar que não houve aquilo que muitos dizem de “apropriação cultural” afinal este conceito vai contra a própria ação de cultura, e muitas vezes com a própria definição do que se diz como cultura. Ninguém perdeu cultura, não há apropriações culturais.

Exemplos mais recentes que podemos classificar se trata do próprio EUA. A história deles se trata de uma história de aprendizagem, convivência e interação com outras culturas. Tradição aproveitada da própria Europa que continha todo um repertório de possibilidades práticas já assimiladas de outras. Assim como diz José Ortega Y Gasset em seu livro “A Rebelião das Massas”, a Europa contém a boa homogeneidade, percepções diferentes que vivem muito próximas e que ao longo do tempo tiveram de aprender a lidar com elas mesmas.

Através destes dois grandes exemplos, vemos de que o campo materialista de análise social é praticamente inexistente. Afinal, as relações sociais que ali estão necessitam, intrinsecamente, de um pressuposto cultural. Poderíamos aprofundar as convivências culturais ainda mais, como por exemplo, na Idade Média, mas este será um assunto mais específico. O ponto principal é que conseguimos enxergar as relações humanas em seus ápices, mas é difícil encaixá-las em suas esferas mais íntimas e “primitivas”.

Ora, se a análise material começa errônea, sem a intenção de compreender sua causa cultural, então seu resultado também estará impreciso (daí o problema subjetivo da análise social). E, dessa forma, o terreno das idéias pode transitar em resultados completamente desfavoráveis, contendo a possibilidade de reações e conclusões que podem afetar e lesar as futuras relações. O problema dessa análise começa, portanto, quando se pretende colocar a cultura como ápice econômico e da relação social e não o contrário. Esse tipo de análise é muito conhecido como marxista da sociedade, já catalogado seus problemas em outra junção de artigos deste que vos escreve.

Como a análise social marxista está impregnada em nossas perspectivas universitárias, não recorro a ela de olhar hegemônico ou “político partidarismo”, mas apenas em forma analítica por essência. Se aceitarmos as perspectivas de ordem das infraestruturas econômicas, e só em seguida as superestruturas culturais, os resultados errôneos como já estamos cansados de saber aparecerão sem precedentes.

Dessa forma vamos reformular, pelo menos de maneira simples, a base da cultura brasileira:

Influência portuguesa, desde seus ápices das campanhas Jesuíticas, até seus caráteres formativos de cidadania (Iniciado em 1549 pela Companhia de Jesus). Influências italianas, japonesas e alemãs desde o final da década de 30. Anteriormente, também, com relações africanas e nativas já sedentarizadas no Brasil antes do descobrimento.

Nós sabemos que o Brasil é um emaranhado de culturas diferentes, mas porque, exatamente, este país ainda retém em seus recursos históricos os mesmos problemas da colônia? Gilberto Freyre e Sérgio Buarque de Holanda já deram a resposta faz quase 100 anos. (Atento-me as suas controvérsias e discordâncias pessoais, apenas retenho o estrito foco em suas concordâncias sociais). O problema não está na relação social. Está na própria cultura que herdamos. A famosa cultura “dinheirista” e partidarista.

O Brasil, desde a era Vargas, obteve funções e necessidades de grandes avanços econômicos, industriais e culturais. A parte industrial deu certo, mas a cultural e econômica estagnaram por pequenas e interessantes razões. Os problemas que aqui falo como exemplo, se trata dos projetos musicais, teatrais e cinematográficos que foram um completo desastre. Sem contar da famosa reforma do Capanema na educação que simplesmente não durou rigidamente. Esses acima são problemas ligados ao dinheiro e a sua relação com as impotências sociais. Mas, caso o problema não for dinheiro, o indivíduo que tem o “jeitinho brasileiro” consegue arrumar alguma racionalização de suas ações e logo se junta ao governo para formar monopólios e impedir seus adversários comerciais, e “produtores culturais” ultrapassarem-no, realizando a mesma impotência social.

Isso quer dizer que a idéia de educação para a vida e a cultura como formação da sociedade, nunca entrou aqui. Tivemos Portugueses, Italianos, Alemães, Japoneses, e diversas outras culturas que deveria ter erguido o Brasil, mas não aconteceu. Qualquer problema que aparece na vida prática, o indivíduo não acredita que a cultura poderá ajudar ou resolver o problema dele, mas, na verdade, ele sempre recorre à política ou ao dinheiro. Isso é reduzir a capacidade do ser humano a meros artefatos pueris e instituições que são essencialmente falidas. No entanto, os brasileiros acreditam que, em um futuro hipotético, o país estará arrumado, tudo será belo e justo. Além de sermos um povo dinheirista e partidarista, diria que somos também “positivistas”.

Condutas históricas nos dão conhecimento de que o Brasil é o maior país de prodígios que fracassaram. Mário Ferreira dos Santos, o maior filósofo, Gilberto Freyre, o maior historiador conhecido por uma única obra, Otto Maria Carpeaux, o maior crítico literário, Paulo Francis e Nelson Rodrigues como os melhores jornalistas e escritores da época. Todos eles eram boicotados, escondidos para baixo do tapete, ou criavam-se críticas duríssimas, assim impedindo seus oponentes de crescerem. A diferença das décadas nos mostra que isso não se trata de uma simples coincidência. Vemos que, em toda a história brasileira, a idéia de indivíduos bem intencionados em elevar a cultura nunca entrou aqui. Sempre houve, na verdade, a percepção de "onde eu não dei certo, o outro também não pode dar".

Resgatemos, em vista disso, a nossa alta cultura. Vamos deixar o narcisismo de lado e aceitar que não sabemos de tudo e não somos os senhores da verdade suprema, e que podemos aprender com nossos semelhantes mediante o amor ao próximo e não ao egoísmo.



Por: Lucas Emmanuel Plaça

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