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Os holandeses no Brasil

 

Com a morte precoce de Sebastião I de Portugal em 1578 na Batalha de Alcácer-Quíbir sem deixar herdeiros, o trono português ficou debaixo do traseiro de seu tio-avô, o cardeal Henrique de Avis que morreu em 1580 sem deixar herdeiros por conta da proibição do papa Gregório XII.Em novembro do mesmo ano, Filipe II da Espanha enviou o Duque de Alba para reivindicar o Reino de Portugal pela força. Lisboa caiu rapidamente e o rei espanhol foi aclamado rei de Portugal como Filipe I dando início a União Ibérica:a assimilação de Portugal e todas as suas colônias pela Espanha.
Na mesma época que a União Ibérica se formou, as províncias neerlandesas (Holanda) guerreavam com a Espanha por independência na chamada Guerra dos 80 Anos (1568-1648).
Durante guerra, Felipe II proibiu o comércio espanhol com os portos holandeses, o que afetava diretamente o comércio do açúcar do Brasil, uma vez que os neerlandeses eram tradicionais investidores na agro-manufatura açucareira e onde investiam pesadamente capital.

Com essa proibição, os holandeses voltaram-se para o comércio no Oceano Índico, fundando a Companhia Holandesa das Índias Orientais em 1602, que passava a ter o monopólio do comércio oriental, o que garantia a lucratividade da empresa.
O sucesso dessa experiência levou à fundação da Companhia Holandesa das Índias Ocidentais em 1621, a quem o governo das Províncias Unidas Neerlandesas (seu órgão político supremo) concederam o monopólio do tráfico e do comércio de escravos, por vinte e quatro anos, na América e na África. O maior objetivo da nova Companhia, entretanto, era retomar o comércio do açúcar produzido na região nordeste do Brasil, sob o domínio espanhol.

A Invasão de Salvador (1624-1625):

Cientes da vulnerabilidade das povoações portuguesas no litoral Nordeste brasileiro, os administradores da Companhia Neerlandesa das Índias Ocidentais (W.I.C.) decidiram pelo ataque à então capital do Estado do Brasil, a cidade do Salvador, na capitania da Bahia.
Desse modo, uma armada da W.I.C. transportando um efetivo de cerca de 1.700 homens sob o comando do almirante Jacob Willekens, em 10 de Maio de 1624, atacou e conquistou a capital. Em pânico, os habitantes retiraram-se para o interior. O governador-geral, Diogo de Mendonça Furtado (1621-1624), entrincheirou-se no palácio, mas tanto ele como o filho e alguns oficiais foram aprisionados e enviados para os Países Baixos.
Em 1625 a Espanha enviou, como reforço, uma poderosa armada de cinqüenta e dois navios, a maior até então enviada aos mares do Sul: a famosa Jornada dos Vassalos, com quase quatorze mil homens. Essa expedição derrotou e expulsou os invasores holandeses a 1 de maio desse mesmo ano.

A Invasão de Olinda e Recife (1630-1654):

O enorme gasto com a fracassada invasão às terras da Bahia foi recuperado quatro anos mais tarde, num audacioso ato de corso quando, no mar do Caribe, o Almirante Piet Heyn, a serviço da W.I.C., interceptou e saqueou a frota espanhola que transportava o carregamento anual de prata extraída nas colônias americanas.
De posse desses recursos, os neerlandeses armaram nova expedição, desta vez contra o principal centro produtivo da colônia, e um alvo menos defendido. O seu objetivo declarado era o de restaurar o comércio do açúcar com os Países Baixos, proibido pela Coroa da Espanha. Uma nova esquadra, com 64 navios e 3.800 homens, investirá agora sobre a Capitania de Pernambuco onde, em Fevereiro de 1630, conquistam Olinda e depois Recife.
A aquisição de mão de obra escrava tornou-se imperativa para o sucesso da colonização neerlandesa. Por essa razão, a W.I.C. começou a traficar escravos da África para o Brasil.
Houve uma resistência com táticas indígenas de guerrilha nos arredores de Recife comandada por Matias de Albuquerque.
As chamadas "companhias de emboscada" eram pequenos grupos de dez a quarenta homens, com alta mobilidade, que atacavam de surpresa os neerlandeses e se retiravam em velocidade, reagrupando-se para novos combates.

Entretanto, com o tempo, alguns senhores de engenho de cana-de-açúcar aceitaram a administração da Companhia das Índias Ocidentais por entenderem que uma injeção de capital e uma administração mais liberal auxiliariam o desenvolvimento dos seus negócios. O seu melhor representante foi Domingos Fernandes Calabar, considerado historiograficamente como um traidor ao apoiar as forças de ocupação e a administração neerlandesa.Com a invasão da Paraíba em 1634 e as conquistas dos arredores de Recife que ainda resistiam em 1635, as forças comandadas por Matias de Albuquerque entraram em colapso e se viram forçadas a recuar na direção do rio São Francisco. Foram personagens importantes nesse contexto Domingos Fernandes Calabar e o coronel polonês a serviço da W.I.C Crestofle d'Artischau Arciszewski.

O Conde Liberal:

Vencida a resistência luso-brasileira, com o auxílio de Calabar, a W.I.C. nomeou o conde Maurício de Nassau para administrar a conquista.

Homem culto e liberal, tolerante com a imigração de judeus e protestantes, trouxe consigo artistas e cientistas para estudar as potencialidades da terra. Preocupou-se com a recuperação da agro-manufatura do açúcar, prejudicada pelas lutas, concedendo créditos e vendendo em hasta pública os engenhos conquistados. Cuidou da questão do abastecimento e da mão-de-obra, da administração e promoveu ampla reforma urbanística no Recife (que agora passaria a se chamar Maurícia). Concedeu liberdade religiosa, registrando-se a fundação, no Recife, da primeira sinagoga do continente americano.

Em 1641, após a invasão de São Luís do Maranhão, os holandeses expandiram-se para o interior da capitania, resultando em choques com os colonos luso-brasileiros já em 1642. As lutas para expulsão do invasor estenderam-se até 1644.

Insurreição Pernambucana (1645) e Rendição Holandesa (1654):

A separação de Portugal da Espanha e o fim da União Ibérica em 1640 conduziu à assinatura de uma trégua de dez anos entre Portugal e as Províncias Unidas. Com este abalo ao domínio espanhol, a Guerra dos Oitenta Anos prosseguiu.Na região Nordeste, sob domínio da WIC, Maurício de Nassau foi substituído na administração. Ao contrário do que diziam em seu "testamento" político, os novos administradores da companhia passaram a exigir a liquidação das dívidas aos senhores de engenho devedores, política que conduziu à Insurreição Pernambucana de 1645 e que culminou com a extinção do domínio neerlandês após a segunda Batalha dos Guararapes.
Formalmente, a rendição foi assinada em 26 de Janeiro de 1654, na Campina do Taborda, mas só provocou efeitos plenos, em 6 de agosto de 1661, com a assinatura da Paz de Haia, onde Portugal concordou em pagar ás Províncias Unidas oito milhões de Florins, equivalente a sessenta e três toneladas de ouro. Este valor foi pago aos holandeses, em prestações, ao longo de quarenta anos e sob a ameaça de invasão da Marinha de Guerra. De acordo com uma corrente historiográfica tradicional em História Militar do Brasil, o movimento deu origem ao embrião do nacionalismo brasileiro, pois os brancos, africanos e indígenas fundiram seus interesses na expulsão do invasor.

Nas imagens abaixo: o conde João Maurício de Nassau-Siegen, nau da W.I.C. e a Batalha dos Guararapes.OS HOLANDESES NO BRASIL

Com a morte precoce de Sebastião I de Portugal em 1578 na Batalha de Alcácer-Quíbir sem deixar herdeiros, o trono português ficou debaixo do traseiro de seu tio-avô, o cardeal Henrique de Avis que morreu em 1580 sem deixar herdeiros por conta da proibição do papa Gregório XII.Em novembro do mesmo ano, Filipe II da Espanha enviou o Duque de Alba para reivindicar o Reino de Portugal pela força. Lisboa caiu rapidamente e o rei espanhol foi aclamado rei de Portugal como Filipe I dando início a União Ibérica:a assimilação de Portugal e todas as suas colônias pela Espanha.
Na mesma época que a União Ibérica se formou, as províncias neerlandesas (Holanda) guerreavam com a Espanha por independência na chamada Guerra dos 80 Anos (1568-1648).
Durante guerra, Felipe II proibiu o comércio espanhol com os portos holandeses, o que afetava diretamente o comércio do açúcar do Brasil, uma vez que os neerlandeses eram tradicionais investidores na agro-manufatura açucareira e onde investiam pesadamente capital.

Com essa proibição, os holandeses voltaram-se para o comércio no Oceano Índico, fundando a Companhia Holandesa das Índias Orientais em 1602, que passava a ter o monopólio do comércio oriental, o que garantia a lucratividade da empresa.
O sucesso dessa experiência levou à fundação da Companhia Holandesa das Índias Ocidentais em 1621, a quem o governo das Províncias Unidas Neerlandesas (seu órgão político supremo) concederam o monopólio do tráfico e do comércio de escravos, por vinte e quatro anos, na América e na África. O maior objetivo da nova Companhia, entretanto, era retomar o comércio do açúcar produzido na região nordeste do Brasil, sob o domínio espanhol.

A Invasão de Salvador (1624-1625):

Cientes da vulnerabilidade das povoações portuguesas no litoral Nordeste brasileiro, os administradores da Companhia Neerlandesa das Índias Ocidentais (W.I.C.) decidiram pelo ataque à então capital do Estado do Brasil, a cidade do Salvador, na capitania da Bahia.
Desse modo, uma armada da W.I.C. transportando um efetivo de cerca de 1.700 homens sob o comando do almirante Jacob Willekens, em 10 de Maio de 1624, atacou e conquistou a capital. Em pânico, os habitantes retiraram-se para o interior. O governador-geral, Diogo de Mendonça Furtado (1621-1624), entrincheirou-se no palácio, mas tanto ele como o filho e alguns oficiais foram aprisionados e enviados para os Países Baixos.
Em 1625 a Espanha enviou, como reforço, uma poderosa armada de cinqüenta e dois navios, a maior até então enviada aos mares do Sul: a famosa Jornada dos Vassalos, com quase quatorze mil homens. Essa expedição derrotou e expulsou os invasores holandeses a 1 de maio desse mesmo ano.

A Invasão de Olinda e Recife (1630-1654):

O enorme gasto com a fracassada invasão às terras da Bahia foi recuperado quatro anos mais tarde, num audacioso ato de corso quando, no mar do Caribe, o Almirante Piet Heyn, a serviço da W.I.C., interceptou e saqueou a frota espanhola que transportava o carregamento anual de prata extraída nas colônias americanas.
De posse desses recursos, os neerlandeses armaram nova expedição, desta vez contra o principal centro produtivo da colônia, e um alvo menos defendido. O seu objetivo declarado era o de restaurar o comércio do açúcar com os Países Baixos, proibido pela Coroa da Espanha. Uma nova esquadra, com 64 navios e 3.800 homens, investirá agora sobre a Capitania de Pernambuco onde, em Fevereiro de 1630, conquistam Olinda e depois Recife.
A aquisição de mão de obra escrava tornou-se imperativa para o sucesso da colonização neerlandesa. Por essa razão, a W.I.C. começou a traficar escravos da África para o Brasil.
Houve uma resistência com táticas indígenas de guerrilha nos arredores de Recife comandada por Matias de Albuquerque.
As chamadas "companhias de emboscada" eram pequenos grupos de dez a quarenta homens, com alta mobilidade, que atacavam de surpresa os neerlandeses e se retiravam em velocidade, reagrupando-se para novos combates.

Entretanto, com o tempo, alguns senhores de engenho de cana-de-açúcar aceitaram a administração da Companhia das Índias Ocidentais por entenderem que uma injeção de capital e uma administração mais liberal auxiliariam o desenvolvimento dos seus negócios. O seu melhor representante foi Domingos Fernandes Calabar, considerado historiograficamente como um traidor ao apoiar as forças de ocupação e a administração neerlandesa.Com a invasão da Paraíba em 1634 e as conquistas dos arredores de Recife que ainda resistiam em 1635, as forças comandadas por Matias de Albuquerque entraram em colapso e se viram forçadas a recuar na direção do rio São Francisco. Foram personagens importantes nesse contexto Domingos Fernandes Calabar e o coronel polonês a serviço da W.I.C Crestofle d'Artischau Arciszewski.

O Conde Liberal:

Vencida a resistência luso-brasileira, com o auxílio de Calabar, a W.I.C. nomeou o conde Maurício de Nassau para administrar a conquista.

Homem culto e liberal, tolerante com a imigração de judeus e protestantes, trouxe consigo artistas e cientistas para estudar as potencialidades da terra. Preocupou-se com a recuperação da agro-manufatura do açúcar, prejudicada pelas lutas, concedendo créditos e vendendo em hasta pública os engenhos conquistados. Cuidou da questão do abastecimento e da mão-de-obra, da administração e promoveu ampla reforma urbanística no Recife (que agora passaria a se chamar Maurícia). Concedeu liberdade religiosa, registrando-se a fundação, no Recife, da primeira sinagoga do continente americano.

Em 1641, após a invasão de São Luís do Maranhão, os holandeses expandiram-se para o interior da capitania, resultando em choques com os colonos luso-brasileiros já em 1642. As lutas para expulsão do invasor estenderam-se até 1644.

Insurreição Pernambucana (1645) e Rendição Holandesa (1654):

A separação de Portugal da Espanha e o fim da União Ibérica em 1640 conduziu à assinatura de uma trégua de dez anos entre Portugal e as Províncias Unidas. Com este abalo ao domínio espanhol, a Guerra dos Oitenta Anos prosseguiu.Na região Nordeste, sob domínio da WIC, Maurício de Nassau foi substituído na administração. Ao contrário do que diziam em seu "testamento" político, os novos administradores da companhia passaram a exigir a liquidação das dívidas aos senhores de engenho devedores, política que conduziu à Insurreição Pernambucana de 1645 e que culminou com a extinção do domínio neerlandês após a segunda Batalha dos Guararapes.
Formalmente, a rendição foi assinada em 26 de Janeiro de 1654, na Campina do Taborda, mas só provocou efeitos plenos, em 6 de agosto de 1661, com a assinatura da Paz de Haia, onde Portugal concordou em pagar ás Províncias Unidas oito milhões de Florins, equivalente a sessenta e três toneladas de ouro. Este valor foi pago aos holandeses, em prestações, ao longo de quarenta anos e sob a ameaça de invasão da Marinha de Guerra. De acordo com uma corrente historiográfica tradicional em História Militar do Brasil, o movimento deu origem ao embrião do nacionalismo brasileiro, pois os brancos, africanos e indígenas fundiram seus interesses na expulsão do invasor.

Nas imagens abaixo: o conde João Maurício de Nassau-Siegen, nau da W.I.C. e a Batalha dos Guararapes.

Fonte. A História e O Fato - Link: https://www.facebook.com/AHistoriaeOFato/?fref=ts


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