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A visão sócio-cultural em T. F. De Policarpo Quaresma de Lima Barreto

 



Que a obra máxima da vida de Lima Barreto foi deixada à parte em seu tempo não é de se duvidar. A forte influência que desta se podia tirar – e até hoje se pode – é esclarecedora desde suas primeiras páginas, o forte patriotismo do Major Quaresma, a leviandade das altas classes e o amor as baixas, são as principais das que aqui poderíamos ficar dias adentro citando.

O que faremos aqui não é senão uma pequena visão subjetiva da obra, tendo em vista que não foi investigada nada a profundo sobra a vida do escritor. O que há a uso é só uma visão dedutiva imaginativa com base na obra e no pensamento deste que lhes escreve.

Cabe-nos iniciar com a visão do Major, cujo final o próprio título nos dá o beneplácito de saber e que, de fato, não é a parte mais importante e nem chega a ser uma delas. A visão característica de Policarpo e de sua natureza toma proporção grande, tendo em vista de que o próprio Quaresma é o espelho da cultura popular, dos que amam sua pátria. Não vejo em Policarpo a figura extremista, a qual está condenado a ser – e até morrer.

Sua figura é, sobretudo, um catalisador para expor a característica hipocrisia do cidadão brasileiro, e esta mesma imagem que a fez o Barreto está presente até os dias d'oje. E fica bem evidente a questão psicológica em várias passagens do texto:

A tão famosa passagem do Doutor Segadas: “Se não era bacharel, pra que tantos livros? Pedante!”

“Devia até ser proibido, disse Genelício, a quem não possuísse um título '‘acadêmico’' ter Livros”

Sobre esta última frase têm-se mostrado, hoje, o grande problema da sociedade, principalmente a juventude liderada pela elite acadêmica brasileira, se é que assim se pode dizer. Elite cujo único fim é mostrar-se intransigente ao verdadeiro ensino, sem doutrinação, e que, ao primeiro sinal de uma mente que vá contra os seus preceitos tentam subordiná-las e ofuscá-las em seu interior. Assim como fizeram com o Quaresma mandando-o para o Sossego e que, a partir de então, começa a esconder suas ideias, “para não sofrer com a incompreensão e maldade dos homens”. Vejamos que, portanto, no Brasil ter de se esconder para que os “pacíficos” não o deem por louco é o início de uma vita vera, de um conhecimento, sobre a realidade, que terá de ser posta a sociedade per fas et nefas para mostrar o que há que realmente espera as futuras gerações e mostrar um novo pensamento brasileiro, que quebre os paradigmas da intelligentzia atual. Afinal o que distingue os grandes dos impuros é a fortaleza do pensamento conduzido pela verdade divina, esta que “faz-nos diferentes dos outros, cava abismos entre os homens…”

Por fim, a visão do autor que nos é apresentada nesse texto é de um homem essencialmente adepto ao bem patriótico e seus traços de boêmia, e que conhecia muito bem os costumes da época e, se não da época, pelo menos os das pessoas que o rodeavam, ei-los os exemplos: Dona Ismênia, que o único objetivo era casar-se, mesmo que não fosse feliz, a môça(sic!) perde seu aspecto moral e por fim a sua consciência com um final indigno; Seu pai, o general Albernaz, que se juga superior pelos seus títulos de oficial e que com estes tem sua maior regalia e que por eles eram concedidos seus poderes diante da sociedade[1]; tirante estes personagens os outros caem no mesmo senso que estamos acostumados a ver nas redes sociais.

Lima Barreto não quer ser universal, está preocupado com a sociedade que o rodeia, mas vale salutar que a influência de Taine, Tolstói conferem a ele grande erudição, não só isso como seu polido texto que foge de qualquer tipo de retoricidade chula. Afinal, a literatura brasileira e seus literatos(principalmente o staff da Semana da Arte Moderna) viveram subalternos em si, por simplesmente se alimentarem reciprocamente. Não existiu a ideia de universalidade, o que nestes se evidencia é a perpetuação de uma literatura essencialmente, e em seu cerne, patriota que se interpõe à retoricidade e utopias para se transformar em pedantismo intelectual.

Arrisco dizer que, embora debalde em seu tempo, a experiência do Arcadismo brasileiro foi muito mais substanciosa em sua época que os resquícios românticos que se transformaram em mera forma de se embelezar algo que em seu cerne é … nada.

Por Dener Jose




[1]          Podemos aqui fazer, diretamente, uma analogia aos diplomas que não servem senão para conferir à estudantes, salvo aqueles que apostam realmente em uma educação disciplinar, títulos que lhes não são merecidos ou que sua inteligência não permite que os tenha.

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