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Brasil na 1ª Guerra Mundial

 

A Primeira Guerra Mundial começou em 1914 com o estopim do assassinato do Arquiduque da Áustria-Hungria por um sérvio. Logo mais países se envolviam na guerra, como o Império Alemão, Império Otomano e Bulgária do lado da Áustria, e o Reino Unido, França e Império Russo contra. A guerra findou somente em 1918, causando 10 milhões de morte e deixando 20 milhões de feridos.

O Brasil manteve-se neutro durante quase todo o conflito. buscando não restringir os seus produtos exportados na época, principalmente o café.

O Brasil declarou sua neutralidade quanto ao conflito em 4 de agosto de 1914. Em 1916, um navio brasileiro, com tripulação majoritariamente norueguesa e a serviço do Reino Unido, foi afundado em águas restritas por um submarino alemão. Apesar do ataque não ser considerado ilegal, devido ao fato do navio estar a serviço de inimigos da Coroa Imperial Alemã, causou uma grande comoção no Brasil. Além do mais, o Brasil enfrentava uma situação social e econômica complicada. Sua economia era fundamentada na exportação do café, que como não era essencial, teve as exportações severamente diminuídas durante a guerra. Isto se acentuou mais com o bloqueio alemão e, depois, com a proibição à importação de café feita pela Inglaterra em 1917, que passou a considerar o espaço de carga nos navios necessário para produtos mais vitais, haja vista as grandes perdas causadas pelos afundamentos de navios mercantes pelos alemães. As relações entre Brasil e o Império Alemão foram abaladas pela decisão alemã de autorizar seus submarinos a afundar qualquer navio que entrasse nas zonas de bloqueio. No dia 5 de abril de 1917 o vapor brasileiro 'Paraná', um dos maiores navios da marinha mercante, carregado de café, navegando de acordo com as exigências feitas a países neutros, foi atacado por um submarino alemão a milhas do cabo Barfleur, na França, e três brasileiros foram mortos.

Quando a notícia do afundamento do vapor Paraná chegou ao Brasil poucos dias depois, eclodiram diversas manifestações populares nas capitais. Diversos estabelecimentos germânicos por todo o Brasil foram depredados, pilhados e queimados.
Por outro lado, sindicalistas, pacifistas, anarquistas e comunistas se colocavam contra a guerra e acusavam o governo de estar desviando a atenção dos problemas internos, entrando em choque por vezes com os grupos nacionalistas favoraveís a entrada do país no conflito. À greve geral de 1917, seguiu-se acentuada de uma violenta repressão, usando a "Declaração de Guerra" em outubro do mesmo ano para declarar estado de sítio e perseguir opositores.

No dia 11 de abril de 1917 o Brasil rompeu relações diplomáticas com o bloco germânico, e, em 20 de maio, o navio Tijuca foi torpedeado perto da costa francesa por submarino alemão. Nos meses seguintes, o governo brasileiro confiscou 42 navios alemães que estavam em portos brasileiros, como uma indenização de guerra, essa quantia considerável de navios passou a corresponder a um quarto da frota brasileira.

No dia 26 de maio de 1917, o vapor brasileiro Lapa foi atingido por três tiros do canhão de um submarino alemão.

Em 18 de outubro de 1917, um outro navio mercante, Macau, foi torpedeado por submarino alemão U-93.

No dia 23 de outubro de 1917 o cargueiro nacional Macau, um dos navios arrestados, foi torpedeado por um submarino alemão U-93, perto da costa da Espanha, e seu comandante feito prisioneiro.

Com a pressão popular contra a Alemanha, no dia 26 de outubro de 1917, o país declarou guerra à aliança germânica.

No dia 1 e 3 novembro de 1917, os navios Acari e Guaíba', respectivamente, foram torpedeados, próximo a São Vicente, em Portugal, por um submarino alemão U-15.

A abertura dos portos brasileiros a unidades aliadas e a responsabilidade pelo patrulhamento do Atlântico Sul pela esquadra brasileira foram as primeiras ações em apoio ao esforço de guerra aliado. A Divisão Naval em Operações de Guerra incorporou-se à esquadra britânica em Gibraltar e realizou o primeiro esforço naval brasileiro em águas internacionais. Em cumprimento aos compromissos assumidos com a Conferência Interaliada, reunida em Paris de 20 de novembro a 3 de dezembro de 1917, o Governo brasileiro enviou uma missão médica composta de cirurgiões civis e militares, para atuar em hospitais de campanha do teatro de operações europeu, um contingente de sargentos e oficiais para servirem junto ao exército francês; aviadores do Exército e da Marinha para se juntarem à Força Aérea Real, e o emprego de parte da Esquadra, fundamentalmente na guerra anti-submarina.

Em 1918, João Pandiá Calógeras criou um plano, encomendado pelo eleito Presidente naquele ano Rodrigues Alves, que recomendava o envio de uma força expedicionária de "considerável tamanho" para lutar na guerra, utilizando-se de todos os meios (incluindo os navios das potências inimigas já apreendidos em portos e águas brasileiras) para fazer desembarcar a tropa em solo francês onde esta seria treinada e equipada pelos franceses, tudo financiado com empréstimos bancários americanos, que por sua vez seriam quitados pelas compensações impostas às potências derrotadas após a guerra. O chamado Plano Calógeras foi descartado devido a situação política e social do Brasil, opositora a guerra.

Com o término do conflito ao final de 1918 e o conseqüente arquivamento do Plano Calógeras, no tocante ao envolvimento militar do País na guerra, a participação brasileira nas operações terrestres se resumiu ao envio de um corpo de sargentos e oficiais do Exército Brasileiro numa missão preparatória que havia sido enviada em meados daquele ano sob o comando do General Napoleão Felipe Aché para, operando junto ao exército francês, se inteirar das modernas técnicas de organização e combate empregadas no front ocidental. Em 18 de agosto de 1918, a Missão Médica, chefiada pelo Dr. Nabuco Gouveia e também subordinada ao General Napoleão Aché, foi a última a partir, com 86 médicos. Em 24 de setembro de 1918, a Missão Médica brasileira chegou à terra francesa pelo porto de Marselha, depois de uma viagem acidentada. Uma outra missão já havia sido enviada ao teatro de guerra europeu com a finalidade de instalar um hospital.

Coube a marinha a maior, embora modesta, contribuição militar brasileira no conflito. Foi determinada a organização de uma força-tarefa que permitisse a efetiva participação da Marinha brasileira na Primeira Guerra Mundial, assim, em 30 de janeiro de 1918, foi constituída a Divisão Naval em Operações de Guerra (DNOG). A Esquadra naval brasileira foi inicialmente incumbida de patrulhar a área compreendida pelo triângulo marítimo na costa noroeste africana, cujos vértices eram a cidade de Dacar, o arquipélago de São Vicente (Cabo Verde), e Gibraltar na entrada do Mediterrâneo.

Em 11 de novembro de 1918, foi assinado o armistício, tão ansiosamente esperado pelos europeus cujos países foram devastados pelo conflito. O Brasil deu sua módica parcela de contribuição e graças à isso conseguiu assento na Conferência de Paz de Paris, que deu origem ao Tratado de Versalhes, obtendo assim sua parte no botim de guerra conseguindo da Alemanha o pagamento com juros do café perdido com os navios naufragados, mais 70 navios dos Impérios Centrais (a maioria alemã) que haviam sido apreendidos em águas brasileiras quando da declaração de guerra e que foram incorporados à frota brasileira a preços simbólicos.

Terminada a guerra o Brasil participou da Conferência de Versalhes, com uma comitiva chefiada pelo futuro presidente Epitácio Pessoa. Esta comitiva conseguiu incluir no acordo de paz a indenização de sacas de café apreendidas em portos alemães quando da declaração da Guerra e a venda dos navios alemães apresados. O Brasil também foi um dos fundadores da Liga das Nações. Após voltar ao Brasil, a Divisão Naval em Operações de Guerra foi dissolvida em 25 de junho de 1919, cumprindo, integralmente, a missão que lhe fora confiada.

Nota: O Brasil foi o único país latino-americano a lutar na Primeira Guerra Mundial e também o único a lutar ambas as Guerras Mundiais.



Imagem: Presidente Venceslau Brás declarando guerra ao Império Alemão e ao Império Austro-Húngaro em 1917.


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