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A guerra do Paraguai

 

Há 149 anos, no dia 13 de dezembro de 1865, a República do Paraguai declarava guerra formalmente ao Império do Brasil, dando oficial início à Guerra do Paraguai, também chamada de Guerra da Tríplice Aliança.

Anteriormente, o ditador e 2º Presidente do Paraguai, Francisco Solano López, em represália a intervenção brasileira no Uruguai em 1864 contra seus aliados,ordenou que fosse apreendido o navio brasileiro Marquês de Olinda, acusando-o de transportar armas para a província brasileira do Mato Grosso. Todos os tripuantes e passageiros do navio, inclusive o novo Presidente da Província do Mato Grosso, foram feitos prisioneiros, sofrendo maus tratos e até fome.

Sem perda de tempo, as relações com o Brasil foram rompidas e já no mês de dezembro o sul de Mato Grosso, atual Mato Grosso do Sul, foi invadido, antes mesmo de qualquer declaração formal de guerra ao Brasil, que só foi feita no dia 13 de dezembro. Três meses mais tarde, em 18 de Março de 1865, López declarou guerra à República Argentina, que exigia neutralidade no conflito e não permitia que os exércitos paraguaios atravessassem seu território para combater no Uruguai e invadir o sul do Brasil. Quando as notícias dos acontecimentos começavam a chegar ao Imperador Dom Pedro II e seu ministério no Rio de Janeiro, capital do Império, em março de 1865 as tropas de Solano López penetraram na província argentina de Corrientes, visando o Rio Grande do Sul e o Uruguai, onde esperavam encontrar apoio dos membros do Partido Blanco. A República Oriental do Uruguai, já então governado por Venâncio Flores, instalado pelo Governo Imperial brasileiro, solidarizou-se com o Brasil e a Argentina.

Começava de fato o maior conflito armado da América.

A invasão paraguaia teve início na província brasileira do Mato Grosso e na província argentina de Corrientes. Durante esta fase da guerra, a iniciativa esteve com os paraguaios. Após a invasão de Corrientes, os paraguaios alcançaram a província brasileira do Rio Grande do Sul, estabelecendo dois teatros de operações de guerra.
A primeira reação brasileira a guerra foi o envio de aproximadamente 28 mil homens que saíram de Minas Gerais em abril de 1865 para combater os invasores no Mato Grosso. Apesar do esforço brasileiro e da retomada de algumas cidades, a região invadida permaneceu sob controle paraguaio.

No dia 1º de Maio de 1865, as nações invadidas e o Uruguai, solidário com o Brasil e visando derrotar de uma vez por todas os blancos, assinaram em Buenos Aires o tratado da Tríplice Aliança.
As tropas destas três nações encontravam-se despreparadas para entrar em guerra, embora o Brasil ainda fosse superior.

Com um esforço de guerra misto, a Tríplice Aliança conseguiu expulsar os paraguaios de Corrientes, porém a guerra seguia nos demais teatros de operações. O Paraguai avançou pela província argentina de Missiones até alcançar o Rio Grande do Sul, com o objetivo de invadir o Uruguai. Preocupados com a situação a sul, o Império do Brasil mandou tropas para sua austral província, cercando as cidades ocupadas pelos paraguaios. O Imperador do Brasil Dom Pedro II, o Presidente da Argentina Bartolomé Mitre e o Presidente do Uruguai Venancio Flores, além de diversos líderes militares se reuniram no cerco da cidade de Uruguaiana no Rio Grande. Em 16 de setembro de 1865, o comandante paraguaio Estigarribia assinou um acordo de rendição as tropas da Aliança.
Encerrava-se com esse episódio a primeira fase da guerra, em que Solano López lançara sua grande ofensiva nas operações de invasão da Argentina e do Brasil. No início de outubro, as tropas paraguaias de ocupação em Corrientes receberam de López ordem para retornar a suas bases em Humaitá.

Nos meses seguintes as tropas aliadas comandadas pelo Presidente argentino Bartolomé Mitre junto com o General Osório, Marquês do Herval, recuperaram os territórios argentinos ocupados. Começava então a ofensiva aliada contra o Paraguai.
Agora a Armada Imperial Brasileira entrara efetivamente na guerra, dando inicio a ofensiva subindo o rio paraguai. A Armada Imperial era uma das mais poderosas marinhas de guerra do mundo já a época (tendo eu auge aos anos finais da monarquia), e portanto dando uma enorme vantagem aos aliados. O Brasil reforçou suas tropas no conflito, enquanto a guerra se desenrolava principalmente aos arredores dos rios paraná e paraguai.

Com a retirada do General Osório da guerra por motivos de saúde, o comando das tropas brasileiras passou ao Marechal Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias, heróis nacional, tornando-se também Comandante Supremo das Tropas da Tríplice Aliança após a saída de Mitre e Flores da guerra. Caxias tratou de reestruturar o exército para uma vitória mais rápida, eficaz e segura.Também acometido com problemas de saúde, retirou-se da guerra o exímio brasileiro Almirante Tamandaré. Enquanto os aliados de reestruturavam, López reforçava suas fortificações.
Apesar dos esforços de Caxias, os aliados só reiniciaram a ofensiva em 1867. A base tática de Caxias consistia em ultrapassar o reduto fortificado dos paraguaios por um lado, enquanto que Mitre, que retornou ao teatro de operações, insistia em ultrapassar por outro lado que se mostrava mais fraco. Embora a manobra de Caxias tenha sido bem-sucedida, o tempo decorrido possibilitou a López fortificar-se também nessa região e fechar de vez o chamado 'Quadrilátero'.

A Armada Imperial Brasileira seguiu na ofensiva por Curupati e Humaitá, avançando ante os paraguaios. Após os avanços brasileiros em Humaitá, a cidade foi tomada em 1868 e o Brasil começou a bombardear a capital paraguaia, Assunção.

Solano López deixara Humaitá, com parte de suas tropas, em março, indo se instalar em San Fernando. Ali descobriu que alguns funcionários de seu governo e seu irmão Benigno tramavam derrubá-lo. Formado um conselho de guerra para julgar os implicados, centenas foram executados, no que ficou conhecido como o massacre de San Fernando.

Efetuada a ocupação de Humaitá, as forças aliadas comandadas por Caxias marcharam até Palmas onde se encontravam as novas fortificações inimigas que barravam o caminho para Assunção. Ali, López havia concentrado 18 mil paraguaios em uma linha fortificada que explorava habilmente os acidentes do terreno e se apoiava nos fortes. Foi executada uma manobra pelas tropas aliadas para derrotar as linhas de defesa inimigas. López foi inteiramente surpreendido por esse movimento, tamanha era sua confiança na impossibilidade de grandes contingentes atravessarem o Chaco.

Na noite de 5 de dezembro, as tropas brasileiras encontravam-se em terra e, em vez de avançar para a capital, já desocupada pela população e bombardeada pela esquadra, iniciaram no dia seguinte o movimento para o sul, conhecido como a "dezembrada" - a série de vitórias obtidas por Caxias em dezembro de 1868.

"Sigam-me os que forem brasileiros!" -Duque de Caxias

As batalhas da Dezembrada exibiram espantosas mortandades dos dois lados, bem como tentativas de recuo das tropas brasileiras, impedidas graças à presença de Caxias na linha de frente. López, acompanhado apenas de alguns contingentes, fugiu para o norte, na direção da cordilheira.

Após destruir o exército paraguaio em Lomas Valentinas, Caxias acreditava que a guerra tinha acabado. Não se preocupou em organizar e chefiar a perseguição de López, pois parecia que o ditador fugia para se asilar em outro país e não, como se viu depois, para improvisar um exército e continuar a resistir no interior.

No dia 24 de dezembro os três novos comandantes da Tríplice Aliança (Caxias, o argentino Gelly y Obes e o uruguaio Enrique Castro) enviaram uma intimação a Solano López para que se rendesse. Mas López recusou-se a ceder e, acompanhado apenas de alguns contingentes, fugiu para o norte, na direção da cordilheira, chegando a Cerro León.

O comandante-em-chefe brasileiro se dirigiu para Assunção, evacuada pelos paraguaios e ocupada em 1.º de janeiro de 1869 por tropas imperiais comandadas pelo coronel Hermes Ernesto da Fonseca. No dia 5, Caxias entrou na cidade com o restante do exército e 13 dias depois, por motivo de saúde, deixou o comando e regressou ao Brasil. A partida de Caxias e de seus principais chefes militares fez crescer entre as tropas o desânimo, com a multiplicação dos pedidos de dispensa dos oficiais e voluntários.

Agora, o genro do Imperador Dom Pedro II, Luís Filipe Gastão de Orléans, Conde d'Eu, foi nomeado para dirigir a fase final das operações militares no Paraguai, pois buscava-se, além da derrota total do Paraguai, o fortalecimento do Império Brasileiro. O marido da princesa Isabel era um dos poucos membros da família imperial com experiência militar, já que na década de 1850 participara, como oficial subalterno, da campanha espanhola na Guerra do Marrocos. A indicação de um membro da família imperial pretendia diminuir as dificuldades operacionais das forças brasileiras, problema agravado pelos muitos anos de campanha, pela insatisfação dos veteranos e pelos conflitos, políticos e pessoais, que se alastravam entre os oficiais mais experientes.

Em agosto de 1869, a tríplice aliança instalou em Assunção um governo provisório fantoche aliado de contrários a Solano, encabeçado pelo paraguaio Cirilo Antonio Rivarola. O Império acelerou o processo para a formação do governo, que prometerá realizar eleições democráticas no ano seguinte e criar uma assembleia constituinte.

Solano López, prosseguindo na resistência, refez um pequeno exército de 5000 homens, a maioria velhos, crianças e veteranos semi-inválidos e 36 canhões na região montanhosa de Ascurra-Caacupê-Peribebuí, aldeia que transformou em sua capital. À frente de 12 mil homens, o conde d'Eu chefiou a campanha contra a resistência paraguaia, a chamada Campanha das Cordilheiras, encerrada em 18 de agosto.

O exército brasileiro flanqueou as posições inimigas de Ascurra e venceu a batalha de Peribebuí (12 de agosto), para onde López transferira sua capital. Após a batalha de Peribuí, o Conde d'Eu parece ter-se exasperado com a obstinação paraguaia em continuar a luta, nada fazendo para evitar a degola de prisioneiros capturados durante e depois dos combates. Na batalha seguinte, Campo Grande ou Nhu-Guaçu (16 de agosto), as forças brasileiras se defrontaram com um exército formado, em sua maioria, por adolescentes e crianças e idosos, recrutados a força pelo ditador paraguaio. A derrota paraguaia encerrou o ciclo de batalhas da guerra. Os passos seguintes consistiram na mera caçada a López, que abandonou Ascurra e, seguido por menos de trezentos homens, embrenhou-se nas matas, marchando sempre para o norte.

Dois destacamentos foram enviados em perseguição ao presidente paraguaio, que se internara nas matas do norte do país acompanhado de 200 homens. No dia 1.º de março de 1870, as tropas do general José Antônio Correia da Câmara (1824-1893), o Visconde de Pelotas, surpreenderam o último acampamento paraguaio, em Cerro Corá,14 onde Solano López foi ferido a lança pelo cabo Chico Diabo e depois baleado e morto, nas barrancas do arroio Aquidabanigui, após recusar-se à rendição.
No Rio de Janeiro, a morte de Lopéz foi muito bem recebida e o Imperador recuperou sua popularidade que havia sido abalada pela dispendiosa guerra. Em 20 de junho de 1870, Brasil e Paraguai assinaram um acordo preliminar de paz.

A Guerra do Paraguai exigiu o maior esforço de guerra da história do Brasil, que enviou 200.000 homens à guerra. O Brasil ganhou maior prestígio internacionalmente, e as Forças Armadas, especialmente o Exército que era o mais necessitado, foi aos poucos sendo melhor equipado e modernizado. Apesar de tudo, o exército brasileiro construiu uma identidade própria influenciada pelo positivismo o que gerou o desacordo entre Exército e Monarquia. O Brasil sofreu 50.000 baixas durante a guerra.

A Argentina sofreu com revoluções federalistas, embora tenha sido beneficiada economicamente. Entretanto a guerra vitimou 30.000 argentinos.

O Uruguai sofreu impactos menores e perdeu 5.000 homens na guerra.

O Paraguai sofreu grande redução em sua população. A guerra acentuou um desequilíbrio entre a quantidade de homens. Algumas fontes citam que 75% da população paraguaia teriam perecido ao final da Guerra.



Imagem: Ilustração das tropas brasileiras se preparando contra as tropas paraguaias.


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