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Refutando alguns mitos sobre a Privatização.

 

Diante das discussões que tem surgido nos últimos dias a respeito da privatização, uma das pautas que talvez sejam abordadas pelo governo Temer, vimos a necessidade de trazer neste post alguns esclarecimentos e fatos a respeito desta politica tao controversa e repleta de debates ideológicos em todos os confins das redes sociais e das rodas de debate politico brasil afora.


1 - Venderam o que é nosso ! 

  Um dos argumentos mais comuns que vemos por ai e o de que estão vendendo o que e nosso. Diante deste argumento eu fico me perguntando : onde esta minha gasolina grátis ? Aah o petróleo e nosso ! A Petrobras e o orgulho nacional, não podemos vende-la !




Levemos em consideração que a transformação de matéria prima em riqueza se da pelo trabalho e pelo comercio. O trabalho se da no ato de extrair e transformar o que antes não tinha valor. O comercio e a compensação pelo trabalho e esforço empregados no processo. Ter tanta riqueza e não tirar beneficio e como ser um artista de talento e cantar no banheiro. Se não trabalhar, aperfeiçoar e se posicionar no mercado e vender shows e CDs, não serve para nada.

A Vale teve um salto na mineração de ferro de 100 milhões de toneladas enquanto estatal, para 300 milhões de toneladas nos primeiros anos de privatização. Em 2005, pagou 2 bilhões de reais em impostos, o triplo de seu lucro quando estatal. Pagou 10 bilhões em 2011, mais 5,5 bilhões em salários, alem de aumentar o fluxo de dólares para dentro do pais com o aumento da produção. A vale, sozinha, investe mais de 30 bilhões de reais, contra menos de 1 bilhão enquanto estatal. O governo, ao esconder nossas riquezas por tantos anos, de fato nos roubou, roubou tempo.

Obviamente a coisa não funciona desse jeito. O petróleo, assim como os recursos naturais em geral, pertencem a união, ao governo. Poderíamos nos, afirmar com propriedade que o governo, envolto em corrupção e esquemas escusos, e nosso ?  Traçando um histórico de nossas estatais, vemos com clareza que as mesmas foram criadas em regimes ditatoriais ou por ex-ditadores, em sua maioria. Como e o caso da nossa querida Petrobras, Vale,CSN, COBRA, Telebras, entre outras. Ora, se as estatais são nossas, porque foram criadas majoritariamente por pessoas que sequer foram eleitas por nos ?

Bom, concluindo que as estatais de fato não nos pertencem, e quanto aos recursos naturais ?Ferro ? ouro ? Nióbio ? Petróleo ?  Ah eles estão sob o nosso solo, nos pertencem, e só ir la e pegar. Errado. Todos estes recursos, apesar de estarem la e possuírem valor no mercado internacional, não valem absolutamente nada debaixo da terra sem ser extraído, beneficiado,tratado, etc...  Qual a vantagem em se ter um tesouro sob o chão e miséria em cima dele ?

2 - Quanto valia a Vale ?  

Outra ladainha que se ouve demais por ai e a de que vendemos nossas empresas a preço de banana. A Vale, por exemplo, foi vendida para a iniciativa privada por cerca de 3,4 bilhões, hoje, vale em torno de 200 bilhões. Revoltante, se visto de forma superficial, mas realmente ultrajante se visto mais de perto.

Primeiro fato : Não se compara o preço da companhia hoje com o valor de quanto foi vendida. A companhia valia em 1997, sob a perspectiva mais otimista, cerca de 10 bilhões de dólares. Lembrando que a venda do controle acionário foi acompanhada da transferência da sufocante divida de 4 bilhões de dólares que a empresa possuía, ora, 6 bilhões ainda parece pouco ? A inflação acumulada entre 1997 e 2016 foi de 186,44% , o que equivale a cerca de 18 bilhões de reais atualmente, dos cerca de 28 bilhões que a companhia valia.

E sobre a capacidade produtiva e as reservas da empresa ? A Vale tinha o lucro pífio de cerca de 800 milhões  de reais ao ano. Hoje, ja privatizada, a empresa gera lucro 50 vezes maior que o lucro enquanto estatal. O ferro, principal fonte de receita da empresa, valia menos de30%do que vale hoje.

Concluímos, portanto, que não só a Vale valia pouco, como foi vendida acima do seu valor de mercado.

E quanto as demais empresas estatais ? A Embraer não gerava lucro, gerava deficit.

A Telebras não possuía qualquer estrutura. CSN era produtivamente irrelevante, e outras como COBRA, Goiasfertil, Fosfertil, Ultrafertil, tinham tanta relevância, economicamente falando, que a maioria das pessoas provavelmente sequer ouviu falar. a Telebras foi vendida a época, por 22 bilhões de reais, sem contar as licenças de operação vendidas a outras operadoras, o que gerou mais cerca de 50 bilhões de reais.

A Eletropaulo e outras companhias de distribuição elétrica foram vendidas por cerca de 22 bilhões de dólares.

3 - Estou desempregado, culpa dos "entreguistas".

Outro argumento muito disseminado por fanáticos, apegados, nacional-desenvolvimentistas, entre outros, e o de que desestatizar gera desempregos. Procede ? Procede.

 A curto prazo, as empresas que lucram, em raros casos em que não são deficitárias, com material sucateado, atolada em dividas e sem perspectiva, precisa de cortes de pessoal não apenas pelos motivos acima, mas também pelos famosos "cabides de emprego", que assolam praticamente TODAS as nossas estatais.A baixa produtividade das empresas pela falta de investimentos em tecnologia e desenvolvimento, aliada a tradicional ineficiência de pessoas acomodadas demais, contentes por ter passado em concurso publico e com estabilidade garantida, resulta invariavelmente em ineficiência operacional, baixa qualidade de serviços e deficit orçamentário.

No setor privado não existe estabilidade garantida. Ou você trabalha duro, produz, e mostra a que veio, ou tchau. O desenvolvimento por si só, também gera desemprego. Se uma maquina operada por um único funcionário faz o trabalho de 10, então não ha porque ter 10.

No fim das contas, qual o saldo deixado por governos privatizadores ? A Vale, hoje, emprega mais de 120 mil funcionários. As siderúrgicas mineiras, do vale do aço, apos 6 mil demissões  , empregam hoje 46 mil pessoas. A CSN emprega hoje 19 mil pessoas. A Embraer, apos demitir 4 mil dos 13 mil funcionários que possuía, hoje emprega 17 mil pessoas. Isto em uma analise rasa, falando apenas em empregos diretos em estatais.

Ha porem , de se levar em conta os milhares de empregos indiretos gerados no setor privado em decorrência do avanço e do aumento de produção nos diversos ramos explorados pelas estatais. A venda da Telebras, por exemplo, abriu a corrida das operadoras, gerando mais competitividade, melhora significativa dos serviços de telecomunicações alem de criação de dezenas de milhares de postos de trabalho diretos e indiretos. A expansão do setor siderúrgico impulsionou ramos como construção civil e automobilístico, como temos notado nas ultimas décadas. Tudo gracas a quebra do monopólio exercido anteriormente pela Petrobras.

Mau caratismo não e privatizar. Mau caratismo de verdade e ser contra a privatização para não perder seu emprego ou ter que trabalhar de verdade, em detrimento dos interesses e benefícios de toda a nação.


4 - Do desenvolvimento tecnológico e qualidade dos serviços.

A queda na qualidade dos serviços e o aumento dos preços e um argumento constante em qualquer debate a respeito da privatização. Os defensores mais ferrenhos do sistema estatal, costumam utilizar o seguinte argumento : As estatais cobram um preço X. As empresas privadas cobram este preço, adicionado de sua margem de lucro. Ate que ponto isto e verdade?



O investimento estrangeiro direto coincide com a modernização e as desestatizações.

A rede ferroviária nacional, foi fundada em 1957 e privatizada em 1996. De la pra cá, o volume de cargas transportadas mais que dobrou, os acidentes caíram 80%.

No mesmo período o setor saltou de um prejuízo anual de 4 bilhões de reais para um lucro de 2 bilhões. Entre 1997 e 2011 foram investidos mais de 30 bilhões em expansão e manutenção da malha ferroviária.

Este e um setor que ainda tem muito a crescer nos próximos anos, visto que hoje o transporte ferroviário no pais ainda esta muito abaixo de países com a mesma extensão territorial. Ainda assim , o gráfico abaixo demonstra o crescimento desta modalidade de transporte pós privatização. Observe:


Ao mesmo tempo, podemos verificar os investimentos feitos neste setor ao longo dos anos. O gráfico a seguir mostra investimentos públicos e privados, alem de um total médio. Observe:



O setor ferroviário no Brasil, infelizmente e erroneamente, ainda se destina a transportes de cargas a curtas distancias. As mercadorias transportadas também diferem da predominância em outros países.

Nos EUA, por exemplo, a maior parte da produção automobilística do pais e transportada sobre trilhos, enquanto no Brasil predomina o transporte de commodities e sub produtos da mineração, com menor valor agregado.
Leia mais sobre o setor ferroviário pós privatização aqui.

Bom, falando de outro setor importante, o setor de energia, por exemplo, e, em sua maioria controlado pelo governo. Tal fato, apos anos de ingerência e sem modernização suficiente desde o regime militar, resultou nos famosos "apagões" no inicio dos anos 2000. De la pra cá, a concessão e venda de setores de produção energética reduziu praticamente a zero este tipo de problema. Tais acontecimentos se deram em sua maioria devido essencialmente a problemas de infraestrutura, o que teve fim com as concessões, visto que não era de interessa das concessionarias que seu produto não chegasse ao consumidor final.

Nos últimos anos, temos visto novo intervencionismo do governo no setor, com subsídios (grana fácil) e reduções teatrais nas tarifas de energia, nos trazendo uma conta mais cara depois. Com isso temos vivido mais próximos do retorno das crises energéticas que pareciam estar superadas.

As empresas de telefonia móvel, alem disso, ainda fornecem serviços de internet a mais de 50% dos brasileiros atualmente. Realmente não tem como dizer que não melhorou, mas poderia estar muitíssimo melhor se não fosse um órgão chamado ANATEL, o regulamentador ligado ao governo e que complica nossas vidas, querendo inclusive atacar o direito do consumidor ao limitar a internet banda larga no pais. Devemos ver capítulos conturbados a respeito do assunto nos próximos meses, certamente.

O caso mais interessante, no entanto, e o das telecomunicações. Foi um negocio realmente mal feito?

Talvez. substituímos um monopólio por um oligopólio. Bom negocio ?Teoricamente não, mas poderíamos dizer, menos pior. A Telebras costumava cobrar uma pequena fortuna pelas linhas telefônicas, alem de demorar muito para instalar, sem contar que o serviço era de péssima qualidade, e ainda assim, as linhas telefônicas eram consideradas patrimônio e eram comercializadas como se comercializa um automóvel.

De la pra cá, porem, a melhora do sistema e incomensurável. em 2002 o pais contava com pouco mais de 1,7 milhões de linhas telefônicas, atualmente beiramos os 300 milhões. Ou seja, mais de uma linha por habitante. Alias, isto apenas levando em conta as linhas moveis, sem contar as linhas fixas que passaram a ser minoria entre os usuários. Enquanto a inflação acumulada entre 2005 e 2011 foi de 35%, a tarifa telefônica subiu em media 8%.

No que se refere as riquezas geradas pelas telecomunicações, também podemos notar avanços consideráveis, como pode ser verificado no gráfico:




Participação percentual da receita dos serviços de telecomunicações sobre o PIB.
 

5 - O que podemos concluir ?

De fato não ha como discutir privatizações sem o tal maniqueísmo imposto pelos apaixonados e idolatradores ideológicos. A batalha do bem e do mal e imposta unicamente para mascarar os reais interesses dos bastidores. O balanco final de tudo isso, levando em conta os FATOS e não a paixão, e certamente positivo. Aumento de empregos, maior geração de impostos, melhora na qualidade dos serviços prestados, aumento da competitividade, etc.

E fato que as estatais, ineficientes e administradas sem responsabilidade nos trouxeram e trazem mais prejuízos que vantagens, afinal, não vemos o lucro gerado, mas recebemos todas as contas dos prejuízos, que são pagos por todos, defensores ou não. Acho muito improvável que uma empresa privada teria um rombo de 88 bilhões, colocando-a a beira da falência, sem que ninguém soubesse de nada, sem ninguém ser punido, sem saber pra onde foi o dinheiro e para que finalidade.

De nada nos adianta ter estatais apenas por ter. Mais vale dinheiro na mão, do que a vergonha de possuir empresas ineficientes e deficitárias por mero "orgulho", ter subsolos riquíssimos e não ter educação de qualidade e leitos em hospitais e inaceitável e pouco inteligente.

A realidade e que a maior proeza proporcionada pelo subsolo mais rico do mundo ate agora foi o enriquecimento e sustento dos políticos mais caros e sujos do mundo.

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